quinta-feira, 31 de julho de 2008

Os Cavaleiros dos Montes Celestes

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Nossa caravana seguindo a Rota da Seda chega às vastas extensões da Ásia Central, cercadas por brancos picos cobertos de neve, e pontuado por lagos cristalinos, onde vivem os povos nômades. E como « um nômade sem cavalo é como um pássaro sem asas » eles são exímios cavaleiros, e no passado foram guerreiros destemidos, que aperfeiçoando a arte equestre, se lançaram sobre os povos sedentários, conquistando impérios e espalhando o terror, como no caso de Genghis Khan, ou dos hunos de Átila. Diz a lenda que as amazonas também teriam pertencido a estas tribos nômades, o que teria sido confirmado por descobertas de túmulos de mulheres com pernas arqueadas e contendo espadas e flechas (elas queimariam o seio esquerdo desde crianças para facilitar o manuseio de armas e matariam todas as crianças de sexo masculino ao nascer...).

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Mas hoje os povos nômades são pacíficos pastores, que criam seus cavalos, cabras, camelos, carneiros, yacks, e seguem os ciclos da natureza deslocando suas moradias e rebanhos em função das estações do ano. Eles se espalham pelas estepes do Cazaquistão e pelos campos aos pés dos Montes Celestes no Quirguizistão, sobre os quais vamos nos concentrar, embora eles se encontrem também na Mongólia e em outros países da Ásia Central.

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Suas habitações são os yourtes, que são tendas que apresentam uma estrutura de madeira circular dobrável (como um guarda-chuva) , que pode ser facilmente montada e desmontada. Esta estrutura é recoberta de feltro e fixada ao solo sem pinos. Ela pode ter até 20 m2 de superfície e apresenta uma "tampa" chamada a abertura da fumaça, para permitir uma melhor aeração. A porta em geral é colocada voltada para o sul, "para deixar entrar o calor e os bons amigos". As paredes interiores e o solo do yourte são revestidos de tapetes variados de feltro, de veludo ou trançados com os juncos da estepe, tudo muito colorido, assim como também são coloridos seus trajes cerimoniais e cotidianos. Dentro de um yourte, "o fogo deve estar sempre aceso para aquecer o ambiente e espantar os maus espíritos"...

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A hospitalidade destes povos é legendária, as portas estão sempre abertas para receber os visitantes que tem um lugar de honra e partilhar com eles as refeições. Estas, são à base de carne e de derivados do leite, pois eles são pastores, acompanhados de batatas (que cresce nas montanhas) e de cereais, que eles compram junto aos sedentários. Um exemplo de prato é o "kouyrdak", assado de fígado, pulmões e carne de carneiro com batatas, e como entrada pedacinhos de fígado cozidos com a gordura da cauda do deste animal (!!!).

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Atualmente a vida nômade no Cazaquistão e no Quirguizistão tende a se reduzir cada vez mais, a maioria mora em seus yourtes no verão e para o inverno possui uma casa na cidade. Durante os anos de dominação soviética, grandes esforços foram feitos para sedentarizar a população, criando cidades nas terras antes dedicadas ao pastoreio. Nesta transição a população cazaque, por exemplo, sofreu grandes perdas, se reduzindo à metade. Muitos dos testes nucleares soviéticos foram realizados neste país, e é nele que se encontra a base de lançamentos de naves espaciais soviéticas, Baikonur. Tanto o Cazaquistão quanto o Quirguizistão são independentes desde o começo dos anos 90, e tentam se modernizar conservando suas culturas. Por exemplo, o novo e moderníssimo aeroporto de Almaty (abaixo), no Cazaquistão, terá a forma de um triplo yourte...

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E com esta música do filme cazaque "Nômade" que lembra suas cavalgadas, nossa caravana retoma a Rota da Seda e chega às fronteiras da China, onde nossa próxima escala e destinação final será a cidade de Xian' para visitar "Os Guerreiros da Eternidade". E pé na estrada!




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Edição Extraordinária


A querida Luma, que felizmente está de novo em plena forma depois de um susto, me concedeu a honra de indicar "Le Jardin Ephémère" como candidato ao concurso "Best Blogspot Brasil". Agradeço de coração, e fico muito feliz pelo presente, pela pessoa que ela é e por sua importância para a blogosfera brasileira.

O Compulsivo promove o Prêmio Best Blogspot Brasil, onde os blogueiros elegem o melhor blogue hospedado no Blogger/Blogspot. Para participar, basta publicar um artigo falando desta promoção, indicar 03 blogs do Blogger com uma breve descrição e apontar para o link compulsivo. Devem ser considerados na avaliação:

Qualidade do conteúdo e redação;
Acessibilidade e qualidade do template;
Influência na blogosfera.

O prêmio tem como objetivo fortalecer a comunidade de blogueiros do Blogger. O prêmio será de R$ 100,00 em créditos no AdWords ao vencedor; e o blog que mandar maior número de visitantes ao Compulsivo irá receber $50,00 em créditos.
Observações:

A duração do concurso é de 16 de julho a 16 de agosto de 2008;
Válido para blogs com domínio próprio hospedados no Blogspot;
Não serão contabilizados votos no seu próprio blogue;
Nem para para blogues de pornografia ou pirataria;
Caso o UsuárioCompulsivo vença, o segundo colocado leva.

Para indicar não é preciso ser indicado.

Seguindo os critérios estabelecidos, entre tantos blogs merecedores indico os seguintes, que dispensam comentários :

Luz de Luma
Varal de Idéias
By Oscar Luiz

E boa sorte para todos!

terça-feira, 29 de julho de 2008

Férias espe(a)ciais



Enquanto o Jardin se encaminha em uma caravana pela Rota da Seda na direção da China, e os "cavadores do mundo" acabam de retornar de uma viagem ao centro da Terra, a empresa Virgin Galactic está apresentando hoje ao público o avião que conduzirá uma nave espacial levando pessoas para fazer turismo no espaço.

O protótipo deste avião-foguete já havia realizado com sucesso um vôo espacial, resolvendo o problema da reentrada na atmosfera terrestre, o que o torna reutilizável. Ele é transportado até uma altura de 20000 m por um avião "tradicional", e em seguida seus motores são acionados para permitir que ele atinja uma altura de aproximadamente 100 quilômetros.

Este avião-foguete, cujo interior foi decorado pelo designer Phillipe Starck poderá levar a bordo 6 passageiros e 2 pilotos, para uma viagem sub-orbital de 2:30 h, das quais 15 minutos em condições de ausência de gravidade pela "módica" soma de 200000 dólares.

O espacioporto, semi-enterrado no deserto do Novo México, onde a NASA já tem uma base espacial para a aterrisagem de suas navetes, foi projetado para se integrar na paisagem como uma montanha.

Os primeiros 100 candidatos a passageiros já começaram os preparativos para realizar a viagem, realizando testes médicos e 3 dias de treinamentos com cursos teóricos, centrífugas e simulação de lançamento de foguetes.

Se não levarmos em conta o preço, você gostaria de fazer uma viagem destas?



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sábado, 26 de julho de 2008

No País de Scherazade


Photobucketamarcanda é um cruzamento e síntese de várias culturas mundiais, misturando influências cristãs, budistas e muçulmanas, as lendas de mil e uma noites e 70 anos de comunismo. Situada num grande oásis do vale de Zeravchan na Ásia Central, e cercada de montanhas, ela foi uma importante escala da Rota da Seda.

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Assim como as cidades vizinhas Boukhara e Khiva, ela foi ocupada por vários povos, os samanidas do Irã, os turcos, os macedônios de Alexandre, o Grande, antes de ser devastada por Gengis Khan em 1220. Renasceu das cinzas graças ao soberano Tamerlan, célebre por sua crueldade, que construíu um império indo da Ásia Menor até a China, pilhando as cidades que conquistava e trazendo as riquezas para sua capital, Samarcanda.

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Não eram somente as riquezas materiais que Tamerlan transportava para Samarcanda, ele trazia também os maiores arquitetos, artistas e artesões do mundo da época para embelezá-la. Os monumentos suntuosos que ele mandou construir existem até hoje e influenciaram toda a arquitetura do mundo oriental. A marca mais significativa desta arquitetura era a utilização de cores brilhantes no interior e no exterior das edificações, como nos portais das mesquitas, das madrasas, nos minaretes e nas cúpulas. Estes eram revestidos por mosaicos e azulejos esmaltados ou envernizados com motivos caligráficos, geométricos, florais ou arabescos. A cor predominante era o azul, sendo que o tom preferido de Tamerlan era o azul turqueza.

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Ele mandou construir também palácios e jardins, e como era de índole nômade, escolhia o jardim no qual armaria sua tenda segundo seu humor. Os monumentos mais importantes de Samarcanda da época timorida (dinastia iniciada com Tamerlan) são as madrasas e mesquitas da Praça do Registan, que era o coração da cidade onde aconteciam todas as manifestações, o mausoléu da família de Tamerlan e a mesquita Bibi Khanoum, que era sua esposa favorita (ele tinha sete).

PhotobucketDiz a lenda que o arquiteto persa que projetou a mesquita da esposa favorita de Tamerlan, Bibi Khanoun e esta, teriam se apaixonado. Perseguido pela fúria do soberano, ele só conseguiu fugir subindo ao alto de minarete e abrindo asas mágicas para voar para longe (a versão oficial diz que ele foi preso e enforcado...)

Description de um enviado espanhol à corte de Tamerlan sobre a aparição de Bibi Khanoum a um banquete :

"Ela trajava um vestido amplo e longo, feito de seda colorida bordado de ouro que se espalhava pelo chão(...). Quinze damas da corte seguravam a cauda para permitir que ela andasse. Ela tinha sobre o rosto uma espessa camada de um produto branco, tão espessa que parecia papel. Sobre a cabeça ela usava um "turbante"(...)ornado de grandes pérolas, redondas e límpidas, assim como rubis, turquesas e outras pedras (...)Seus cabelos negros caíam livremente sobre os ombros. "

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Depois da morte de Tamerlan, seus sucessores continuaram a embelezar a cidade e mantê-la como o centro cultural da época, principalmente seu neto, Ollugh Beg, que criou o primeiro observatório astronômico conhecido. Neste, no qual lecionava, ele apresentou o primeiro mapa rigoroso do céu, repertoriando mais de 1000 estrelas e determinou a duração do ano com uma precisão que difere em um minuto da que conhecemos atualmente. Nela e na vizinha Boukhara, passaram séculos antes, os criadores da álgebra, que descobriram as bases para a formulação das equações de primeiro e segundo graus e o enciclopedista Avicena. Importantes descobertas na medicina também foram feitas nestas cidades.


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A decadência de Samarcanda começou no século XVI e embora outros monumentos imponentes tenham sido construídos nos séculos seguintes eles não tem o mesmo esplendor daqueles da época timorida.

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Hoje Samarcanda, Boukhara e Khiva fazem parte do Usbequistão, uma república que pertenceu à ex-União Soviética da qual se separou em 1991, e cuja capital é Takhrent. Os que as visitam encontram cidades modernas, pois os soviéticos se esforçaram em sua modernização para refrear os impulsos nacionalistas e religiosos deste país de maioria muçulmana, mas ao mesmo tempo investindo na conservação de seu patrimônio. A base da economia é o algodão, e para a irrigação de sua plantação intensiva, rios foram desviados provocando problemas no mar Aral, que perdeu metade de seu volume. Depois do fim da União Soviética, o país restabelece sua comunicação com o resto do mundo, e atrai os turistas como "o país das mil e uma noites".




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quinta-feira, 24 de julho de 2008

Parisiando...

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Ah, Paris, como ela é bela e quanta coisa bonita tem para se ver. Com a correria do dia-a-dia, vou lá raramente, mas na semana passada, apesar de não dispor de muito tempo, aproveitando a promoção de aniversário do TGV Leste (trem bala), me ofereci um passeio em Paris. "Sem lenço, sem documento", mas com um itinerário bem definido, os tickets de metrô já comprados em Nancy e as entradas das exposições reservadas e pagas pela Internet, enfim tudo otimizado para aproveitar o tempo disponível, lá fui eu. Trem no horário, não era dia de greve no metrô, tudo certo, chegando lá era só curtir...

Photobucket11:58 h Já no metrô começou o espetáculo. Chegou um rapaz tocando saxofone, fiquei observando o comportamento das pessoas. Todas impassíveis, mergulhados em suas leituras, não lançavam nem um olharzinho para o artista que no entanto tocava super-bem. Bom, ele acabou seu número, tirou do bolso um copinho e deu a volta no vagão para receber a recompensa. Fiquei pasma, todo aquele pessoal que parecia completamente indiferente tirava do bolso algumas moedas e colocava no copinho do rapaz. Pude então constatar o valor que o parisiense atribui à arte, mesmo que seja um artista clandestino tocando no metrô...

Photobucket12:30 h Visitei primeiro a exposição dos "Os Soldados da Eternidade" na Pinacoteca de Paris na Praça de la Madeleine. A exposição era soberba, a pinacoteca nem tanto, francamente não chega aos pés da Pinacoteca de São Paulo. Mas falarei da exposição depois, pois os "Os Soldados da Eternidade" estão na "Rota da Seda".

Photobucket13:50 h Daí me dirigi ao Museu Rodin para ver a exposição de Camille Claudel. Ela estava nos seus últimos dias, a fila dava a volta no quarteirão. Mas eu, como já tinha comprado e pago pela Internet, pude entrar diretamente no museu, sem pegar a fila. Mas estava fácil demais... a mocinha da porta da exposição disse que aquele ticket era apenas para o museu e não para a exposição e chamou o chefe, um monsieur nada amável. Perguntei se a entrada para a exposição era mais cara, que eu pagaria a diferença. Ele me disse "Não, é mesmo mais barata". Então me lembrei de um conselho que me deram : em todos os lugares do mundo você resolve as coisas com calma e educação...menos em Paris. Lá, você tem que "rodar a baiana", e aí, mesmo se você estiver errada, eles te escutam. E foi o que fiz, comecei a falar alto e criticar o site Web deles, que vende "gato por lebre". Funcionou, rapidamente ele me deixou entrar e ainda abriu um largo sorriso. Valeu a pena, todas aquelas esculturas maravilhosas, expressivas, claro que conhecendo o destino trágico de Camille Claudel interpretamos seu trabalho com outros olhos. Foi muito emocionante.

Photobucket15:10 h Bom, continuei meu périplo, direção "o Trocadero", na Cidade da Arquitetura no Palácio Chaillot. O prédio é magnífico, alto, neles aquelas colunas e portais imensos representando a arquitetura francesa ficam pequinininhos...tudo é amplo, com uma harmonia perfeita de estilos antigos e contemporâneos. A exposição temporária do momento é muito moderna e interessante, com vários recursos multimídia. Caminhando em direção à sua entrada havia mesmo algumas miniaturas de poltronas do museu Vitra, uma belezinha (lembrei da que o visitou em Genebra). Mas o melhor estava por vir : resolvi dar uma paradinha e tomar um copo de vinho, ali mesmo na Cidade da Arquitetura. Comprei-o e me dirigi ao terraço do café para me sentar e tomá-lo. Quando atravesso a porta, surpresa! Um terraço imenso, com poltronas com um design contemporâneo magnífico, uma cerca de plantas e belas estátuas de bronze separando o espaço do café do público que visitava o Trocadero. E ali, bem diante dos meus olhos ...toda a esplanada com a torre Eiffel no centro, era como assistir a um espetáculo de camarote. Que delícia de momento, saboreei cada gole daquele copo de vinho...

16:05 h Depois ainda fiquei um pouco ali no Trocadero, assistindo alguns jovens que faziam um ballet acrobático, e peguei o metrô para a Gare de L'Est. Mas como era bem na estação onde tinha que fazer minha baldeação, entrei nas Galeries Lafayette, que estavam em plena liquidação. Gente, que tentação, mas não tinha muito tempo, tinha que ir rapidinho para a gare...

17:12 h ...para pegar meu trem de volta para Nancy. Onde ele chegou com 1 minuto de atraso, é possível? Pois é, este foi "a (good) day in the life"...


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segunda-feira, 21 de julho de 2008

As Chaminés das Fadas


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Continuando a viagem pela Rota da Seda, chegamos à Capadócia. Ela se situa no centro da Anatólia, na Turquia. Seu encanto vem de sua topografia. Sendo localizada em uma região vulcânica, as erupções destes deram origem a uma rocha chamada tuf, que pode ser escavada facilmente, e com a ação do vento, da chuva e da neve a paisagem adquiriu formas lunares, além de cores fantásticas. Porisso encontramos as Chaminés das Fadas, os Vales do Amor, das Espadas, das Rosas, dos Pombos...

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Sua história se confunde com as dos outros povos da Ásia Menor, tendo pertencido ao Império Persa (do qual recebeu o nome que significa "Terra dos Belos Cavalos"), depois aos macedônios de Alexandre, o Grande, em seguida ao Império Romano, ao Império Bizantino e enfim ao Império Otomano.


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Quando o comércio entre o Oriente e o Ocidente se intensificou por volta do século XIII, ela adquiriu grande importância como parte da Rota da Seda, nela tendo sido instalados vários caravançarás. Estes eram hospedarias fortificadas que existiam ao longo das estradas a cada 40 km aproximadamente, onde os viajantes podiam pernoitar, se alimentar e cuidar dos camelos, ao abrigo dos saqueadores (alguns desses caravançarás ainda existem e foram restaurados, sendo hoje atrações turísticas). A prosperidade da região durou até o século XVI com o início das grandes navegações, depois ela caiu no esquecimento e só foi "redescoberta" no século XX.

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As rochas também foram escavadas para nelas se construir habitações, igrejas e monastérios. Os habitantes, para se proteger das invasões dos árabes, construíram verdadeiras cidades subterrâneas, com vários andares, algumas podiam abrigar até 60000 pessoas durante meses, com sistemas de segurança para bloquear os invasores que nela penetrassem, hospitais e tudo que fosse necessário para a sobrevivência. Nas igrejas, realizaram pinturas nas paredes, que ainda são visíveis atualmente em algumas delas.

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Após a desativação das cidades subterrâneas, os habitantes utilizaram estas Photobucketescavações trogloditas para criar pombos, o que é uma tradição local desde a época dos bizantinos (eles eram criados principalmente para se recolher seus excrementos e utilizá-los como adubo). Para isso, lacraram portas e janelas, deixando somente o espaço para a entrada e saída dos pombos. Para atraí-los e afastar os maus espíritos, as entradas das casinhas eram pintadas com cores vivas e decoradas com figuras naives. Graças à presença destes pombais, estas grutas e as obras artísticas que elas contem foram protegidas da destruição durante séculos .Passando pela Capadócia, pode-se ver milhares de pombais.

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Hoje a região produz um excelente vinho, graças à fertilidade de seu solo onde as vinhas florescem. E também atrai muito os turistas que nela fazem circuitos de bicicleta, a cavalo e também em balão. Vejam no diaporama um pouco do exotismo da Capadócia...




Para saber mais sobre a Capadócia :


Vídeo com as paisagens, a música e as danças da região
Vídeo sobre o culto que eles dedicam aos pombos até hoje



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quinta-feira, 17 de julho de 2008

Os Últimos Homens Livres?

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Este post faz parte da blogagem coletiva em comemoração do "Dia de Proteção às Florestas" promovida pelo "Faça a Sua Parte".

Falar sobre a preservação da floresta parece um assunto simples : todos estão de acordo que ela deve ser preservada e que disto depende o futuro da vida no planeta. No entanto sabemos que ela continua a ser dizimada por uma série de razões, e confesso que não tenho competência para escrever a respeito, pois não não consigo entender todas as facetas desta situação complexa que leva à esta destruição, principalmente da floresta amazônica.

PhotobucketPorisso vou falar sobre um programa sobre a floresta amazônica que vi há algumas semanas na televisão francesa, que fez um sucesso enorme por aqui. Ele tocou no assunto do desmatamento, suas causas (segundo eles, uma das principais é o plantio de soja para alimentar o gado) e conseqüências, apresentou uma parte espetacular na qual o apresentador nadava ao do lado de uma jibóia e de um golfinho cor de rosa . Mas o ponto alto foi sem dúvida a visita aos índios Zo'é, que eles chamaram de "Os últimos homens livres", que se constituem em uma das últimas tribos "intactas", ainda não "contaminadas" pelo homem branco. E é sobre este aspecto que vou abordar a preservação da floresta, o tipo de interação que os povos indígenas mantem com ela e as lições que eles nos dariam a este respeito.

PhotobucketEstima-se que em 1500, na época da descoberta do Brasil, existiam de 2 a 4 milhões de índios. Atualmente, segundo os dados da Funai eles seriam em torno de 340000 distribuídos em milhares de aldeias, em 600 terras indígenas, situadas de norte a sul do país. A constituição de 1988 garante a eles o direito à terra na qual vivem, das quais aproximadamente 70% estaria demarcada (dados daqui).

PhotobucketOs Zo'é habitam uma faixa de terra firme, cortada por pequenos igarapés afluentes de dois grandes rios, o Cuminapanema e o Erepecuru, no município de Oriximiná, norte do Pará. Trata-se de uma região montanhosa de grandes castanhais, que apresenta maximização dos recursos de subsistência. Além da mandioca, que corresponde a cerca de 90% da área plantada da roça, a castanha-do-pará é o produto mais consumido pelos índios, que utilizam também a casca e a entrecasca para confeccionar a maioria de seus artefatos. O território ocupado pelos índios é entrecortado por pequenos igarapés, onde realizam pescarias com timbó. A relativa escassez de recursos faunísticos nessa zona de ocupação resulta do longo tempo de permanência das aldeias e, portanto, do esgotamento da caça (texto daqui).

Photobucket"Devido às difíceis condições de acesso e à inexistência de programas estaduais ou federais de desenvolvimento na região norte do Pará, a área continua relativamente preservada; no entanto, pequenos grupos garimpeiros se implantaram nas margens dos rios que limitam a área: Erepecuru (onde existem várias pistas de pouso) e Curuá. Até o momento, a Área Indígena Cuminapanema/Urukuriana continua apenas "interditada". Uma situação jurídica precária: sua "identificação" começou em 1997, dando-se início ao longo processo de reconhecimento fundiário que garantirá aos Zo'é exclusividade na ocupação e exploração de suas terras." (texto daqui)

PhotobucketNeste programa de televisão o que chocava era o contraste cultural : diante do "homem civilizado" que chegava de avião os índios que vivem na Idade da Pedra (no sentido literal e não no pejorativo). Polígamos e poliandros, nus (para os nossos padrões, para eles estavam bem vestidos pois portavam seus adereços), sem chefes nem feiticeiros, vivendo sem noção de propriedade, a terra é um bem coletivo, e deve ser usada para a caça, a pesca, a coleta e a agricultura, retirando da floresta somente o necessário para sua sobrevivência. Neste confronto podia se avaliar o caminho que percorreu a humanidade nestes milênios, mas em que direção? O comentário do apresentador,(e dos expectadores que viram o programa e deixaram seus comentários no site da emissora), comparando aquela aldeia indígena ao paraíso, fornece uma pista no sentido de se refletir sobre se tomamos o caminho certo. Claro que são divagações, ninguém deseja voltar à Idade da Pedra, mas em relação ao desenvolvimento sustentável talvez pudéssemos aprender muito observando a relação deles com a floresta.

PhotobucketMas a grande questão é se estes índios devem ser conservados em isolamento, o que é a política atual da FUNAI ou se deve possibilitar um contato entre eles, os outros índios e a civilização? Parece que a aproximação que houve entre eles e um grupo de missionários (que queria catequizá-los e obrigá-los a se vestir...) foi desastroso, houve muitas mortes pois eles contrairam a malária e mesmo gripes, que é fatal para quem não tem imunidade. E eles, agora que "comeram o fruto proibido", entrando em contacto com o "homem branco", sera que não vão querer se aproximar deste outro mundo, perdendo assim sua cultura? Este é um dos aspectos do imenso e vital puzzle que envolve a floresta amazônica.

Pois preservar a floresta passa pela preservação de sua flora, de sua fauna, e de seus habitantes, que dependem exclusivamente dela para sobreviver. E o Brasil deve adotar uma política de firmeza em relação à Amazônia, pois a comunidade internacional está atenta a ela e suas riquezas, e acho que não é apenas porque ela é o pulmão do mundo...






Vídeos com trechos do programa da televisão francesa :


Cap sur l'Amazonie, les derniers hommes libres
Cap sur l'Amazonie, rencontre avec un anaconda
Cap sur l'Amazonie, danse avec un dauphin rose
Cap sur Amazonie, à la découverte de la faune




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terça-feira, 15 de julho de 2008

A Procura de Shangri-lá



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Nas lendas asiáticas, Shangri-lá (ou Samballah) é o centro espiritual da Terra, onde se prepara a renovação espiritual da humanidade. No hinduísmo, Shangri-lá é o "país do sagrado e da paz" e é considerado como um lugar real. No entanto, desde que o escritor James Hilton, certamente baseado nestas lendas, deu o nome de Shangri-lá a um lugar que seria a moradia de uma sociedade perfeita em seu romance "Horizonte Perdido" (que deu origem a 2 filmes), que o mundo conhece um frenesi procurando localizar este lugar idílico.

PhotobucketEle se situaria nos confins do Himalaia, completamente isolado do resto do mundo. Muitos lugares já se candidataram afirmando ser Shangri-lá. Pesquisando para a série "Rota da Seda", descobri que nela vive o povo do vale de Hunza, no Cachemira, a 5300 m de altitude, que é considerado como habitante de Shangri-lá. Neste vale fértil, onde se cultivava os damascos, uvas e cereais, eles viviam isolados do mundo, alcançavam mais de cem anos em perfeita saúde e harmonia.

PhotobucketO Butão, o pequeno reino situado entre a Índia e a China, que esteve fechado ao contato com o mundo até 1970, também se apresenta como o último Shangri-lá e seus argumentos são a paz e a cordialidade de seu povo, seus monastérios e sua posição idílica, incrustrado nas montanhas do Himalaia. A China por sua vez decidiu que Shangri-lá fica em seu território : rebatizou a cidade de Zhongjian, da província de Yunam de Shangri-lá! Aliás neste país pode-se pegar o trem chamado "Shangri-lá Express" que o atravessa até a fronteira com a ex-União Soviética.

Vendo tudo isto, fico aqui pensando com meus botões : mas porque o ser humano precisa correr atrás deste lugar perfeito onde os problemas não existem e ele pode ser feliz para sempre? Porque ele vai sempre procurá-lo em lugares longínquos e inacessíveis? Na minha opinião, o melhor lugar do mundo, o verdadeiro Shangri-lá é aquele no qual estamos próximos de nossos entes queridos e em paz conosco mesmo, logo ele não tem um endereço fixo, pode ser em qualquer cidade ou país. Independentemente dos problemas "lá fora", pode ser um cidade do Velho Mundo, ou outra que seja uma megalópole barulhenta (e poluída...), podemos sempre alcançar nosso Shangri-lá, pois o levamos dentro de nossos corações e o recriamos cada vez que nos sentimos felizes . E você, já encontrou teu Shangri-lá?

Este post faz parte da "Tertúlia Virtual" proposta pelo Varal de Idéias e pelo Expresso da Linha, que ocorre todo dia 15 de cada mês.


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Burt Bacharach - Introduction / Lost Horizon.mp3
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sexta-feira, 11 de julho de 2008

A Cidade da Porta de Ouro

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Como Roma, ela é chamada "a Cidade das 7 Colinas". Como Roma, ela desempenhou uma papel importante na história da humanidade. Trata-se de Constantinopla ou Bizâncio ou Istambul, os três nomes que testemunham de sua história movimentada, tendo sido sede do Império Romano do Oriente, do Império Bizantino e do Império Otomano. Ponto de cruzamento de culturas, de passagem das Cruzadas e do comércio entre o Ocidente e o Oriente pela Rota da Seda, durante um milênio resistiu aos que tentaram conquistá-la, e dividiu com Veneza a hegemonia cultural e comercial no Mediterrâneo.

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A ex- Igreja de Santa Sofia

Na época de seu apogeu possuía uma universidade (havia outras espalhadas pelo Império Bizantino) e a educação era acessível a todos, homens e mulheres. Abrigou grandes astrônomos, matemáticos, arquitetos, aboliu a escravatura nas fazendas e desenvolveu o código civil, sendo que o código civil europeu atual teve como base o bizantino. Quanto à seda, descobriu o segredo de sua fabricação no século VI e desenvolveu uma indústria baseada nela.

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Estreito de Bósforo

Sua singularidade é sua situação geográfica, uma parte na Europa e outra na Ásia, pois é dividida pelo estreito de Bósforo, que faz a fronteira entre os dois continentes. E esta posição estratégica fez com que sua queda em mãos dos otomanos marcasse toda a história da humanidade, pois provocou o estrangulamento da Rota da Seda, pela qual circulavam as mercadorias entre o Ocidente e o Oriente. Então os países ocidentais tiveram que procurar um outro caminho para as Índias a oeste ou contornando a África, até que um deles chamado Pedro Álvares Cabral se desviou "acidentalmente" da rota e...foi aí que tudo começou para nós, né?

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Interior da Mesquita Azul

Mas voltando a Istambul, os que a visitam ficam impressionados ao se aproximar vendo os grandes monumentos dominando as colinas. Entre os principais está a ex-Igreja de Santa Sofia (que foi transformanda em mesquita e depois em museu), que foi construída pelo imperador Constantino "para ultrapassar o esplendor do Templo de Salomão", com sua cúpula de mais de 30 m e seus mosaicos de ouro nas paredes. Outro célebre monumento de Istambul é a Mesquita Azul, que tem este nome devido à cor das porcelanas esmaltadas que a revestem. Além destas mesquitas que dominam a paisagem com seus minaretes, um outro monumento importante é o Palácio de Topkapi, que foi a residência dos sultões que a governaram até o século XIX. Mas além das inúmeras mesquitas e palácios da cidade, um lugar importante é seu Bazar Egípcio, um mercado que é considerado o maior do mundo.

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Bazar Egípcio em Istambul

Quanto à arte da época bizantina, alguns testemunhos se encontram nos mosaicos que revestem a ex-igreja de Santa Sofia. No entanto, a pintura principalmente a religiosa foi bastante prejudicada pelo período do iconoclasmo, que proibiu a representação das figuras religiosas e destruíu muitas delas. Nas artes decorativas, as enluminuras representando figuras e cenas religiosas e profanas em pergaminhos ricamente decorados trazem importantes indícios da cultura da época. Muitas das obras culturais bizantinas partiram para o Exterior na iminência da invasão dos otomanos e podem ser vistos atualmente nos museus europeus.

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Mosaico de Santa Sofia

E o que aconteceu na cidade depois da conquista pelos otomanos? O apogeu do Império Otomano aconteceu sob o reinado do sultão Soliman, o Magnífico (1520-1566), época na qual ele se constituía na potência mais forte do mundo conhecido. Ele embelezou a cidade fazendo construir mesquitas grandiosas, pontes, palácios e fontes.

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Interior da mesquita Soliman e do palácio Dolmabahçe

Atualmente a capital da Turquia não é mais Istambul, é Ankara. Este país, devido à sua posição geográfica, reivindica sua entrada na Comunidade Européia, mas existem empecilhos ligados à sua história recente, como por exemplo o reconhecimento do genocídio armênio. Oficialmente é um país laico, e a maioria de sua populaçao é muçulmana. Quanto à ir até lá, como a época das caravanas já passou, uma possibilidade romântica é o mítico trem Orient Express que atravessa a Europa de Paris até Istambul...Nós continuaremos rumo ao Oriente, percorrendo (virtualmente, hélas) a Rota da Seda.





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terça-feira, 8 de julho de 2008

Declinações




Muitos milênios depois que a princesa deixou cair o casulo na sua xícara, puxou o fio delicado e descobriu a seda, ela ainda continua a ser um material apreciado no mundo inteiro por sua suavidade, textura e transparência. Pura ou combinada com outros materiais, bordada ou pintada, ela sempre estimulou a criatividade. Vejam o que os artistas da alta costura fizeram utilizando a seda nestes desfiles das coleções outono-inverno 2008-2009 em Paris. Pelo prazer dos olhos...


E a delicadeza da seda não inspirou somente os artistas da alta costura, mas também os artistas das palavras, como neste poema de João Cabral de Melo Neto. Pelo prazer da alma...



A PALAVRA SEDA


A atmosfera que te envolve
atinge tais atmosferas
que transforma muitas coisas que te concernem, ou cercam.

E como as coisas,
palavras impossíveis de poema:
exemplo, a palavra ouro,
e até este poema, seda.

É certo que tua pessoa
não faz dormir, mas desperta;
nem é sedante, palavra
derivada da de seda.

E é certo que a superfície
de tua pessoa externa,
de tua pele e de tudo
isso que em ti se tateia,

nada tem da superfície
luxuosa, falsa, acadêmica,
de uma superfície quando
se diz que ela é “como seda”.

Mas em ti, em algum ponto,
talvez fora de ti mesma,
talvez mesmo no ambiente
que retesas quando chegas,

há algo de muscular,
de animal, carnal, pantera,
de felino, da substância
felina, ou sua maneira,

de animal, de animalmente,
de cru, de cruel, de crueza, que sob a palavra gasta
persiste na coisa seda.

João Cabral de Melo Neto
Quaderna, 1956-1959

E pelo prazer da companhia, espero vocês para a continuação de nossa aventura pela Rota da Seda. Até breve...

Veja mais :

Todos os desfiles de alta costura outono-inverno 2008-2009 em Paris

A imagem das barras laterais veio daqui.


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sexta-feira, 4 de julho de 2008

A Sereníssima



Voltada para o Oriente durante séculos, Veneza foi o ponto de convergência de muitas das riquezas que transitavam pela Rota da Seda. Poderosa, frágil, inspiradora, romântica, misteriosa, ela é fascinante em cada uma de suas facetas...


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A Poderosa ...Ela foi fundada no século V, quando os povos do continente querendo fugir das invasões dos bárbaros resolveram se instalar na região pantanosa da laguna, no mar Adriático. Ela foi romana, depois bizantina, se tornou independente, construiu um império cujo apogeu ocorreu no final da Idade Média, sendo uma das poderosas cidades-estado que dominava o comércio de bens e mercadorias no mar Mediterrâneo, um ponto de convergência dos produtos que vinham do Oriente e da África. Declinou com a abertura do caminho marítimo para as Índias, foi conquistada por Napoleão em 1797, em seguida passou ao Império Austríaco e foi anexada à Itália em 1866.


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A Frágil...tendo sido erigida em uma região pantanosa, sobre um conjunto de 118 ilhotas, foi necessário colocar pilares de madeira fixados na argila e na areia para sustentá-la, existe uma verdadeira floresta imersa sob seus edifícios. Ela é ameaçada pela acqua alta, sofrendo inundações freqüentes, sendo que em 1966 a água subiu mais de 1 metro na Praça São Marcos. Existem vários projetos sendo estudados para protegê-la , entre eles o polêmico Moisés do governo italiano, que deseja instalar uma série de diques ao redor da cidade.

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A Inspiradora...mesmo após ter perdido seu poderio político, Veneza brilhou por sua importância artistica até o final século XVIII. Além dos artistas nascidos na cidade, muitos outros artistas importantes vieram buscar inspiração em seu ambiente de sonho. Quem são seus filhos mais célebres? Na música Vivaldi, na pintura Tintoret, Ticiano, Canaletto, Bellini, para citar apenas alguns. O vidro foi um componente importante de sua economia desde seus primórdios e a arte veneziana neste material é famosa, principalmente a ilha de Murano. A arte do teatro também foi importante com seus "sete teatros".

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A Romântica...quem nunca sonhou em passear com seu amor em uma gôndola em Veneza vislumbrando um lindo por do sol ao som de uma canção do gondolieri? E a Ponte dos Suspiros?...Mas esta originariamente não foi testemunha dos suspiros dos namorados mas dos condenados à morte que lançavam seu último olhar sobre a cidade. Veneza foi também o berço do mítico Casanova, o amante insaciável...

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A Enigmática...o que se esconde atrás daquelas máscaras do carnaval de Veneza? E atrás das janelas daqueles palácios que ladeiam os canais? E que delícia "se perder" naquelas ruelas e naquele emaranhado de pontes cheias de mistérios.

E finalmente Marco Polo! Como falar de Veneza e a Rota da Seda sem falar dele? Ele nasceu Photobucketnesta cidade e aos 16 anos partiu com o pai e o tio que eram mercadores na direção do Oriente para encontrar o poderoso imperador mongol Kublai Khan (neto de Genghis Khan), cumprindo uma missão para o papa. Após 3 anos de viagem atravessando o Oriente Médio e a Ásia, eles chegaram ao destino. O imperador, impressionado pelo talento de negociante do jovem Marco, o empregou, confiando a ele várias missões que permitiram que ele conhecesse muitas cidades da Ásia Menor e do Oriente Médio durante 17 anos. De volta à Veneza, ele se tornou um negociante comum, casou-se, teve três filhas, até que durante uma guerra entre Veneza e Gênova ele foi capturado e na prisão ele conheceu o escritor Rusticello de Pisa, a quem contou sua história que foi transcrita por este. Até o final do século XIX, seu livro era a única fonte de referência sobre o Oriente e foi uma das fontes de inspiração de Cristóvão Colombo na preparação de sua "viagem às Índias". Ele morreu em Veneza com 70 anos.

E com Marco Polo e ao som de Vivaldi deixamos Veneza para retomarmos a Rota da Seda. Espero que tenham gostado desta primeira escala, a próxima será em Constantinopla...




Observações :

As imagens do carnaval de Veneza me foram enviadas pela Laura do Caminhar, a quem agradeço.

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