Domingo de manhã, em São Paulo, há dez anos. O telefone tocou, era minha cunhada : "Você já ligou a televisão hoje? Não? A princesa Diana morreu!". Lembro-me bem do que fazia no momento que recebi esta notícia, tanto quanto me lembro o que estava fazendo quando soube do 11 de setembro ou da morte do Airton Senna.
Fiquei pensando com meus botões porque o desaparecimento desta moça havia me chocado a este ponto. Talvez fosse devido a esta parte "romântica" que subsiste em nós depois da infância, a bela princesa que casa com o príncipe encantado e é feliz para sempre. No caso, o casamento não tinha dado certo, mas talvez no fundo ainda esperasse que ela encontraria um final feliz. Mas na verdade, o lado que me fascinava na personalidade dela não era o lado princesa mas o lado mulher moderna. Destas que acham que tem direito à felicidade e a dar sua opinião, e que não estão dispostas a abrir mão disto por causa das convenções.
Por exemplo, a tradição dizia que os membros da família real deviam começar os estudos no interior do palácio. Ela não concordou e seu filho foi o primeiro a freqüentar uma creche pública. O protocolo rezava que se devia usar luvas e guardar distância em relação à "plebe". Ela as retirou e tocou os pobres e doentes, aproximando-se do povo com suas obras humanitárias de tal forma que sua popularidade incomodava o marido e a família real. O costume dizia que todos os príncipes de Gales sempre tiveram amantes e seu marido não foi diferente. Ela sofreu, mas revidou, talvez não tenha sido o melhor meio, mas também teve suas relações extraconjugais.
Também não foi uma santa, manipulou a imprensa para se vingar da família do marido, tanto quanto esta aproveitou de sua imagem para vender jornais, e esta "cumplicidade" perigosa culminou com o acidente no qual ela perdeu a vida. E com isto vimos o ícone da mulher moderna pagar com a vida a ousadia de querer ser feliz.
Ontem vi seus dois filhos na televisão falando longamente da mãe, com um grande carinho, eles parecem muito próximos um do outro. E uma coisa interessante que eles disseram foi que "vão tentar viver o mais normalmente possível"...espero que nisto eles tenham mais sorte que a mãe.
17 comentários:
maria, permita-me chamá-la assim, é tb como chamo minha filha , a mali...rsss
acho que no fundo, ainda somos grandes romanticas e personagens encantados nos fascinam...
que ela descanse em paz...
FELIZ DIA DO BLOG!!!!!
BJOS
Olá Maria Augusta,
Lendo seu post sobre a Diana, sobre o Senna, me dei conta que também lembro perfeitamente do dia que recebi ambas notícias, o que fazia na hora que soube.
Ela tinha uma imagem popular e via-se nitídamente que ela não era feliz. Viveu como achou certo, foi corajosa, por mais que tentem denegrir sua imagem até hoje.
Todos nós deveríamos ser assim, viver sem nos preocuparmos com o que as pessoas pensam.
Beijos e um maravilhoso final de smeana.
Maria Augusta, essa moça revolucionou a monarquia Inglesa, e isso não é pouca coisa. Corajosa e timidamente uma PRINCESA DO POVO.
Sua morte foi precoce e uma pena, mas imortalizou-a .
Maria Augusta, acho que todas nós sonhamos com um principe, queíramos ou não. Ela chegou lá, foi princesa. A morte foi chocante demais. Veio com histórias que a denegriam, isto tudo mexeu com todas nós.
Adorei a foto dela dormindo. E se manipulou, se não foi anjo, fez bem, aproveitou o que pode a seu favor. Esperta.
Os filhos são umas graças, mas o Príncipe... tão feio.
A mulher dele estava(ou está) com câncer no útero, vc soube? tsc tsc tsc. fico com pena, doença horrível.
E ele desejou ser o OB dela, lembra?
Coisas da vida...
Bj Laura
Infelizmente são fatos que realmente não me afetaram. Não imagine que sou fria quanto a isso.
Mas com relação ao Senna - lembro que estava com uma sensação incomoda e nem quis assistir a corrida. Disse pra mim mesma: vai acontecer mais alguma desgraça e eu não vou assistir isso. Era tão obvio que quando vieram me contar, eu lamentei e disse: não precisava ser justamente com ele.
Quanto ao 11 de setembro só pensei que tinham ido longe demais. E fiquei a imaginar onde isso tudo ainda iria.
E quanto a Diana - sinceramente eu admirava sua ousadia, afinal, ela tinha pego um manual de comportamento e rasgado ao meio. Fez o que alguém um dia teria que fazer e mostrou claramente que podia sim ser nobre - mas também podia sim ser humana.
Sinceramente Maria Augusta, em todos esses casos mencionados um sofrimento teve fim e outros tiveram um inicio.
A vida e seus momentos.
Beijos e desejos de uma linda semana.
Ah! Gostaria de ter seu email para trocarmos correspondência eventualmente. Se possível é claro.
Meu email - lunnaguedes@gmail.com.
Abraços
Marília, prefiro meu segundo nome mas se você prefere me chamar pelo primeiro não tem importância, tá? O lado dela que mais me fascinava era o de mulher moderna, e não o de princesa. Beijos e boa semana.
Lina, é engraçado como lembramos o que fazíamos nos momentos que nos marcaram pessoalmente ou que marcaram o mundo, né? Um beijão e uma linda semana.
Eduardo, é verdade que depois dela a monarquia inglesa se humanizou um pouco. Um abraço e bom fim de semana.
Laura, traições, divórcios, doenças, acontecem em todas as famílias, mas quando ocorre com eles todo mundo fica sabendo e faz vender jornais, é o poder da mídia.
E ela foi a "galinha dos ovos de ouro" para muitos tablóides. Um beijo e ema boa semana para você.
Lunna, realmente são coisas que acontecem o tempo todo no mundo, geralmente não nos tocam diretamente, mas é bom poder escrever sobre o que ocupou ou preocupou nosso espírito num determinado momento e para isto os blogs são ótimos. Olha, meu e-mail é cronicapaulista@hotmail.com. Um beijo grande e boa semana para você.
Cara Maria Augusta, a propósito da princesa Diana, voce vciu "The Queen" (Stephen Frears, 2006), com Helen Mirren? Creio que vale a pena ver... Um abraço.
Maria, eu stou de visual novo no blog! passe lá para ver! beijocas, como diz a Yvonne...
Moacy, ainda não vi este filme, vou procurar vê-lo. Um abraço.
Marilia, fui conferir o visual novo e adorei. Parabéns!
A morte de Diana, do Airton Senna e do atentado de 11 de Setembro ficaram marcados, principalmente pela surpresa do inesperado. Airton Senna e Diana partiram jovens, carregando sonhos. Eram exemplos, por isso ídolatrados e não se pode cair no mérito de questionar a índole deles. A memória tem que ser preservada. Como disse uma vez Jimmi Hendrix "Quem morre está feito para o resto da vida"
Boa semana! Beijus
Lembro do dia do casamento da Princesa Diana. Foi especial. Minha mãe me chamou logo cedo, bradando: "hoje é o dia do casamento da princesa".Ficamos grudadas na televisão. Naquela ocasião eu era uma menininha que sonhava casar de véu e grinalda, com um príncipe.Não sei em que ponto perdi esse sonho...só sei que quando o reencontrei ele não tinha mais sentido...
Diana foi uma guerreira - a representação das contradições que é a mulher de hoje, princesas ou plebéia. Um espelho. Acho que por isso gostamos tanto dela.
Que ela esteja bem !
(Mais um lindo texto, né ?!).Liniane
P.S.: fiquei muito brava com o Senna porque ele "ofuscou a morte de Mario Quintana", um dia depois. Que horror falar isso, mas o pior é que é sincero.
Liniane, você tem razão, ela representou bem as contradições da mulher moderna. Quanto ao Mario Quintana, não soube de sua morte na época, mas é verdade também que eu estava morando aqui na França.
Um beijão.
Confesso que nunca fui um grande admirador e nem acompanhei em vida a trajetória dela. Geralmente o que vinha á tona eram as "fofocas" e isso particularmente não me interessa nem um pouco. Nem quem fica com quem; nem o que o jogador de futebol comeu no jantar; nem o que a Cicarelli fez na praia.
A gente ouve falar, mas meu tempo é escasso demais pra dar atenção a essas coisas também.
Mas depois, com a comoção da morte e várias reportagens sobre a sua trajetória me fizeram ver um lado humitário que eu desconhecia.
Acho que se Deus leva uma pessoa boa desse mundo, coloca outra no lugar para manter o equilíbrio natural das coisas.
Beijos, querida.
Ando na correria, mas é impossível esquecer de você e do Eduardo, mesmo quando estou um pouco afastado. Vocês são minhas referências e sabem muito bem disso.
Eu acho que ela teve sorte.Se fosse na época do Henrique XVIII tinha sido decapitada.
Oscar, ela foi muito mediatizada e os escândalos vendem muito jornal, mais que as ações humanitárias. Não se preocupe se você não pode vir sempre nos visitar, quando vier sera sempre benvindo. Um beijo.
Magui, se fossem decapitar todos os adúlteros deste meio acho que não sobrava um (rs)...Um abraço.
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