terça-feira, 2 de setembro de 2008

O Santuário da Natureza

Photobucket

Você já imaginou se a natureza fosse deixada entregue a ela mesma, sem intervenção da espécie humana, o que aconteceria? Seria um inferno ou um paraíso e para quem? Pois este lugar existe e se chama Aldabra, um atol que pertence às ilhas Seychelles, situado no Oceano Índico ao leste da Tanzânia e ao norte de Madagascar, onde a implantação do homem não foi possível devido à ausência de água doce, e sua ação é quasiment inexistente sobre o ecossistema do atol.

Photobucket

O primeiro documento que fala deste arquipélago é português e data de 1511, em seguida ele foi citado por Darwin que solicitava sua proteção e Jean-Jacques Cousteau, que nele filmou "O Mundo do Silêncio". Segundo os cientistas, este atol imergiu das profundezas do oceano há 125000 anos e permaneceu praticamente isolado, evoluindo um ecossistema próprio, dinâmico e em equilíbrio, com sua laguna que se preenche e se esvazia segundo a maré, seus canais que a ligam ao mar, o recife em anel com seus corais e sua vegetação característica dos manguezais.

Photobucket

Neste ecossistema onde não existiam os predadores mamíferos (o único mamífero endêmico é o morcego), é o reino dos répteis, principalmente das tartarugas. Estas, tanto as espécies terrestres onde se destaca a tartaruga gigante com mais de 100000 exemplares, quanto as marinhas, que fazem uma parada no atol para se reproduzirem. No entanto, a introdução de cabras, ratos e gatos no século XIX, apesar de que depois foram retirados, chegou a afetar o equilíbrio das espécies nativas, pois as cabras comiam a vegetação rasteira que era o alimento das tartarugas.

Photobucket

Quanto aos pássaros, Aldabra é um local importante de reprodução para as fragatas, que com suas grandes asas de até 2 metros de envergadura fazem acrobacias aéreas no céu do arquipélago. As garças, assim como os atobás também povoam o atol, assim como as "frangas d'água", que perderam a capacidade de voar durante seu ciclo de evolução.

Photobucket

Em relação aos peixes, estas águas são um verdadeiro refúgio para os tubarões, que estão em extinção no mundo inteiro, mas aí eles encontram um refúgio seguro. Entre as espécies presentes, destaca-se o tubarão de pontas negras, que se alimenta de peixes.

Photobucket

Existem também mais de 1000 espécies de insetos, dos quais 38% são endêmicos, as borboletas e mariposas se constituindo em 125 destas espécies. Os caranguejos, os morcegos, moluscos , também encontraram em Aldabra condições propícias para seu desenvolvimento.

Photobucket

Para proteger este paraíso, que é considerado reserva especial pela UNESCO, criou-se uma fundação, que luta para garantir a preservação do isolamento da ilha e vai estudá-la para verificar este sistema único no mundo se comporta. O turismo no atol é altamente regulamentado e caríssimo, não existem hotéis nem campos de pouso em Aldabra.


Atualmente está ocorrendo uma grande exposição em Paris no Museu de História Natural sobre este arquipélago. Eu me pergunto se esta exposição e mesmo a fundação que deseja protegê-lo e fala a respeito para angariar fundos com esta finalidade, não provocariam um efeito contrário ao desejado, atraindo para lá as pessoas desejosas de conhecer (ou de alguma forma explorar esta biodiversidade) e rompendo assim o frágil equilíbrio estabelecido pela natureza durante milênios...



Photobucket

Este post faz parte da blogagem coletiva "Ecological Day" promovida pela Sonia do "Leaves of Grass" que ocorre no segundo dia de cada mês. Participe!

Fonte das fotos : Fundação Aldabra

Para saber mais :

Site da Fundação Aldabra
Site do Muséum National d'Histoire Naturelle
Site Terra Nova



Alto da Página

33 comentários:

Jorge Pinheiro disse...

Absolutamente espectacular. Agora percebo as flores... Pode muito suceder o que diz: uma curiosidade perniciosa sobre o local... E já tão poucos paraísos!
ET: excelente a forma de apresentação. Os meus parabéns.

Anônimo disse...

Maria Augusta, maravilhoso o seu blog com páginas culturais de ótimos temas e de grande teor artístico.
As imagens me encantaram. Acredite: o seu blog fará parte de meus passeios mais prazeirosos, no dia a dia.
Parabéns e um abraço
:))

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Maria Augusta, como fico feliz em passar no seu Jardim. Nao é somente pelo visual que sempre é fantástico, mas pelo que se aprende aqui. As descobertas que você faz e divide conosco. Muito obrigada pelo carinho.

Eu concordo que com uma exposicao desse tipo o homem explorador de novas descobertas queira invadir este paraíso. O que seria uma lástima grande, pois sabemos que o homem é um grande pedrador.

Boa semana, grande beijo

Isabel Filipe disse...

parabéns ...

está espectacular o post


beijinhos

Anônimo disse...

ESPETACULAR, para dizer o mínimo!
Parabéns pela forma que nos brindou com esse paraiso! Imagens, Som e texto!

Abçs

Anônimo disse...

Lovely photos of nature. Happy Ecological Day!

Paz

Só- Poesias e outros itens disse...

Maria Augusta:
Versos em cada passagem
poema no ar
olhar que aqui se dilata.
Linda contribuição.

bjs.

Ju Gioli

Ví Leardi disse...

Maria Augusta,
poderia usar aqui a palavra ESPETACULAR ...ao infinito....Incrível como vc continua conseguindo se superar...Não tem melhor do que isto.
Um prazer pra todos os sentidos...
Obrigada mil vezes por proporcionar esta qualidade de informação com este visual e escolha de som...não dá vontade de ir embora...Beijos

Ví Leardi disse...

Maria Augusta,
não pude deixar de fazer uma recomendação...é bom demais...bjs

Pietro Brosio disse...

Very beautiful images for a great Ecological Day!

This Is My Blog - fishing guy disse...

Maria: What a beautiful post with all of your photos.

Anônimo disse...

Maria Augusta, sei não, mas acho que Deus criou a Terra para ser o tal Paraíso. E, tudo bem, mas criou também o bicho-Homem, talvez para compensar...
Brilhantíssima as suas postagens.
Ótima dia. Abraços

sonia a. mascaro disse...

MARAVILHOSO!
Maria Augusta estou encantada com a sua admirável participação no Ecological Day! Sabe que essa pergunta com a qual você abriu o seu post eu já me fiz inúmeras vezes.... E aqui você nos introduz neste santuário de Aldabra, (que eu não conhecia) com belíssimas imagens que se revezam, com informações preciosas, com este vídeo com fotos e música paradisíacas!
Estou literalmente encantada!
Muito obrigada por sua primorosa participação e divulgação!
Beijos.

Anônimo disse...

Menina! Passei momentos mágicos aqui! Estive no paraíso na Terra! Entre a flora e a fauna mais maravilhosas, porque parecem puras, frescas, inocentes, imaculadas...sem a mão humana a querer transformá-las, domesticá-las, deformá-las!
O vídeo é simplesmente um sonho que vai deslizando aos nossos olhos...
Chamei o povo aqui de casa. E foi um sucesso!
Você é uma artista em harmonizar tão lindamente seus textos e imagens!
Beijos e abraços de admiração!
Dora

Luci Lacey disse...

Maria Augusta

Vc arrasou, maravilhoso seu post.

Fotos e paisagens magnificas.

Parabens.

Abracos

... disse...

Seicheles: Vasco da Gama foi o primeiro a chegar em 1499. Em 1742 Picault toma posse e a chama de Bourdonnais. Em 1756 chega as ilhas,Morphey, que toma posse novamente em nome do rei Luís XV e da Companhia das Índias, muda o nome para Sechelles .
Em 1810 os ingleses se apoderam do arquipélago.
Durante a Revolução Francesa e as guerras napoleônicas alternadamente muda entre a França e Inglaterra seu domínio.
Em 1814 a França cede a Inglaterra as ilhas.
O nome é mudado para Seychelles.
Apesar de tantas mudanças o patrimônio ambiental não foi espoliado por ninguém.
Cultura, oportunidade ou consciência?

Aßs.

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Muito boa a lembranca do Fernando e pergunta final que ele deixa.

Bom dia!!!

Maria Augusta disse...

Amigos, muito obrigada pelas gentis palavras, e pelo link que a Ví fez para este post. Quando soube a respeito deste lugar onde a natureza "se virou sozinha" achei muito interessante e importante e aproveitei o Ecological Day para compartilhar esta descoberta com vocês.
Sobre a questão do Fernando sobre a razão pela qual Aldabra não foi espoliada pelo homem, acredito que em primeiro lugar tenha sido porque lá não existe água doce, o que complica a implantação humana. Em seguida, porque desde o século XIX os ingleses já chamavam a atenção no sentido de conservar seu ecossistema. No entanto, os habitantes da região iam até lá para buscar madeira e caçar tartarugas gigantes para comer até meados do século XX e já houve um projeto anglo-americano (não concretizado) para lá instalar uma base militar. Atualmente é uma zona protegida, patrimônio mundial da UNESCO desde 1982.
Abraços para todos.

Maria Augusta disse...

Paz,
Pietro,
Fishing Guy

Thank you very much for your visits and comments.

Anônimo disse...

Maria Augusta, tudo bom?
Lendo o post, fiquei curiosa, e muita gente ao saber deste atol tb ficara curiosa, e se todos estes curiosos resolverem dar uma passadinha, uma olhadinha, uma fotografadinha? Com certeza afetara o fragil equilibrio, como voce mesma citou.,
Um beijo
Meire

Anônimo disse...

muito pertinente a sua inquietação, Maria Augusta, pois antes mesmo de chegar ao fim da leitura de seu texto, eu já pensava comigo mesma que gostaria de visitar este lugar. Obviamente, outros, além de pensar, vão concretizar o pensamento. Beijo.

Maria Augusta disse...

Meire, Teresa, existe este risco sim, que esta exposição em Paris, a divulgação da fundação e até mesmo este post possam atrair uma atenção que seria perniciosa para o atol. Pelo menos neste post, espero ter insistido no fato que toda esta riqueza vem do isolamento e que este deve ser preservado. Os organismos responsáveis regulamentam o turismo no local para impedir uma "invasão", mas é certo que pode haver uma deriva devida a interesses econômicos...
Beijos.

Só- Poesias e outros itens disse...

Vim ver mais e ouvir esse lindo som.

bjs.

Ju gioli

sonia a. mascaro disse...

Maria Augusta, voltei porque o seu post é para ser degustado por várias vezes. Magnífico mesmo! Minha filha também adorou!
Bjs.

Anônimo disse...

Eu sempre tenho medo de documentarios e programas sobre paraisos ecologicos. Acredito que quanto menos as pessoas sabem sobre lugares assim maiores sao as chances de protege-los. O homes e, infelizmente, o maior predador do planeta.

Anônimo disse...

Maria Augusta:
O local parece, pelo menos para mim, um paraíso. Mas terá gente que o achará um inferno. Afinal, a natureza ainda assusta muita gente.

meus instantes e momentos disse...

belissima postagem,. É muito bom teu blog, gosto de vir aqui.
Tenha uma bela tarde.
Maurizio

Celia disse...

Que coisa mais linda M.Augusta!!!!! Adorei e aprendi muito com seu post de hoje. É gostoso vir aqui no seu cantinho e encontrar sempre ótimas informacoes. Bj

Anônimo disse...

M. Augusta,
seu ecological day é sem palavras. É para sentir, ver e se encantar. Belíssimo!

Anônimo disse...

Conseguiste descrever o indescritível!
É linda a natureza de Deus.
beijo,menina

Ruvasa disse...

Viva, Maria Augusta!

Sim, esse perigo é sempre uma possibilidade muito real.

Todo o Índico é um manancial de beleza marinha e marítima.

Abraço

Ruben

Lunna Guedes disse...

É a segunda vez que venho aqui e fico em silêncio. Quase vou-me novamente sem nada dizer. Fico eu a observar a paisagem. A beleza. O silêncio e a forma pura de solidão tão habitável, tão livre de poluições e formas humanas.
Sou uma criatura urbana. Preciso disso para criar. Acho que me perdi em algo que admiro, mas que não posso conceber enquanto realidade. Dá pra crer? Mas cheguei a conclusão de que enlouqueceria com tantas perfeições e simetrias. Não é para mim, mas ao mesmo tempo fico feliz por saber que há um lugar assim, onde a natureza prevaleça.
Abraços meus a ti carissima

sonia a. mascaro disse...

Maria Augusta,
Fiquei encantada com este post e com o efeito das fotos que vão sendo substituídas... Eu cliquei na foto e vi que você faz o download pelo Photobucket, que eu também tenho, mas não tenho usado ultimamente. Será que você poderia me dizer qual foi o efeito escolhido? Gostaria de tentar esse efeito que achei belíssimo. Desde já, muitíssimo obrigada!
Beijos.