sexta-feira, 31 de agosto de 2007

A Princesa Desencantada



Domingo de manhã, em São Paulo, há dez anos. O telefone tocou, era minha cunhada : "Você já ligou a televisão hoje? Não? A princesa Diana morreu!". Lembro-me bem do que fazia no momento que recebi esta notícia, tanto quanto me lembro o que estava fazendo quando soube do 11 de setembro ou da morte do Airton Senna.

Fiquei pensando com meus botões porque o desaparecimento desta moça havia me chocado a este ponto. Talvez fosse devido a esta parte "romântica" que subsiste em nós depois da infância, a bela princesa que casa com o príncipe encantado e é feliz para sempre. No caso, o casamento não tinha dado certo, mas talvez no fundo ainda esperasse que ela encontraria um final feliz. Mas na verdade, o lado que me fascinava na personalidade dela não era o lado princesa mas o lado mulher moderna. Destas que acham que tem direito à felicidade e a dar sua opinião, e que não estão dispostas a abrir mão disto por causa das convenções.

Por exemplo, a tradição dizia que os membros da família real deviam começar os estudos no interior do palácio. Ela não concordou e seu filho foi o primeiro a freqüentar uma creche pública. O protocolo rezava que se devia usar luvas e guardar distância em relação à "plebe". Ela as retirou e tocou os pobres e doentes, aproximando-se do povo com suas obras humanitárias de tal forma que sua popularidade incomodava o marido e a família real. O costume dizia que todos os príncipes de Gales sempre tiveram amantes e seu marido não foi diferente. Ela sofreu, mas revidou, talvez não tenha sido o melhor meio, mas também teve suas relações extraconjugais.

Também não foi uma santa, manipulou a imprensa para se vingar da família do marido, tanto quanto esta aproveitou de sua imagem para vender jornais, e esta "cumplicidade" perigosa culminou com o acidente no qual ela perdeu a vida. E com isto vimos o ícone da mulher moderna pagar com a vida a ousadia de querer ser feliz.

Ontem vi seus dois filhos na televisão falando longamente da mãe, com um grande carinho, eles parecem muito próximos um do outro. E uma coisa interessante que eles disseram foi que "vão tentar viver o mais normalmente possível"...espero que nisto eles tenham mais sorte que a mãe.


quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Saber Amar



Lunna nos sugere de falar de amor na sua blogagem coletiva de hoje. Mas para falar de amor, este assunto tão lindo e tão amplo é preciso, em primeiro lugar, saber amar...e para isto eu empresto as palavras desta magnífica canção de Florent Pagny, que fala do maior de todos, o amor incondicional. É uma das minhas preferidas da música francesa, espero que gostem!


Savoir Aimer
Florent Pagny
Letra : Lionel Florence
Música : Pascal O'Bispo

Savoir sourire
Saber sorrir,
À une inconnue qui passe,
A uma desconhecida que passa
N'en garder aucune trace,
Sem guardar nenhum traço
Sinon celle du plaisir
Que não seja o do prazer
Savoir aimer
Saber amar
Sans rien attendre en retour,
Sem nada esperar em troca
Ni égard, ni grand amour,
Nem atenção, nem grande amor,
Pas même l'espoir d'être aimé,
Nem mesmo a esperança de ser amado,


Mais savoir donner
Mas saber ofertar
Donner sans reprendre,
Ofertar sem retomar,
Ne rien faire qu'apprendre
Somente ensinar
Apprendre à aimer,
Ensinar a amar
Aimer sans attendre,
Amar sem esperar
Aimer à tout prendre,
Amar para tudo obter,
Apprendre à sourire
Ensinar a sorrir
Rien que pour le geste,
Simplesmente pelo gesto,

Sans vouloir le reste,
Sem querer o resto,
Et apprendre à Vivre
E ensinar a Viver
Et s'en aller.
E ir embora.
Savoir attendre,
Saber esperar,
Goûter à ce plein bonheur,
Experimentar esta felicidade plena,
Qu'on vous donne comme par erreur,
Que se recebe como por engano.
Tant on ne l'attendait plus.
De tal forma já não se esperava mais.

Se voir y croire
Se ver acreditando nisto
pour tromper la peur du vide
para enganar o medo do vazio
Ancrée comme autant de rides
Ancrado como tantas rugas
Qui ternissent les miroirs
Que estragam os espelhos

Savoir souffrir
Saber sofrer
En silence, sans murmure,
Em silêncio, sem murmúrio,
Ni défense ni armure
Nem defesa nem armadura
Souffrir à vouloir mourir
Sofrer tanto que se quer morrer
Et se relever
E se reerguer
Comme on renaît de ses cendres,
Como se renasce das cinzas
Avec tant d'amour à revendre
Com tanto amor para revender
Qu'on tire un trait sur le passé.
Que o passado é esquecido.

Apprendre à rêver
Ensinar a sonhar
À rêver pour deux,
A sonhar por dois
Rien qu'en fermant les yeux,
Simplesmente fechando os olhos,
Et savoir donner
E saber dar
Donner sans rature
Dar sem rasura
Ni demi-mesure
Nem meia medida
Apprendre à rester.
Ensinar a ficar.
Vouloir jusqu'au bout
Querer até o fim
Rester malgré tout,
Ficar apesar de tudo,
Apprendre à aimer,
Ensinar a amar,
Et s'en aller,
E ir embora.
Et s'en aller,
E ir embora.






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segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Quem "descobriu" a América?


No espaço de algumas semanas este assunto veio à baila na imprensa duas vezes : Quem descobriu a América? Acho que todos ja ouviram falar que os navegantes vikings ou os pescadores celtas ou bascos estiveram na América muitos séculos antes dos espanhóis. Mas a polêmica continua...

Há algumas semanas, a revista VSD publicou um artigo sobre um mapa do Congresso americano, autenticado pelo FBI como sendo de Marco Polo, no qual ele narra suas viagens, mostrando o estreito que separa a Sibéria do Alaska, logo a costa oeste da América do Norte. Como ele viveu voltou a Veneza depois de sua viagem ao Oriente em 1295, ele teria visto a América quase dois séculos antes de Cristóvão Colombo (retrato à esquerda)...

Agora é a vez dos chineses...um livro que saíu nestes dias aqui na França chamado "1421, o ano que a China descobriu o Mundo" conta que o eunuco Zhen He na época do imperador chinês Zhu Di, na sua última expedição (representação à direita) teria descoberto não só a América, como também a Austrália e o Polo Norte. Ele comprovaria suas afirmações com mapas, os quais teriam servido de guia a Cristóvão Colombo e outros navegadores europeus.

Mas de todas estes mapas o que mais me impressiona é o de Piri Reis, que diz o ter elaborado se baseando sobre mapas antigos em 1513. Nele, este almirante turco (que capturou um marinheiro espanhol que navegou com Cristovão Colombo em possessão de mapas deste) mostra pela primeira vez as três Américas interligadas e também a Groenlândia e a Antártida, que ainda não haviam sido descobertas. Tudo com vários detalhes como a ilha de Marajó, que só foi descoberta mais tarde no século XVI, o desenho de um lhama nos Andes (este animal era desconhecido na Europa) e o mais surpreendente as regiões polares como elas seriam antes da última glaciação, e não na situação atual. E é este último ponto o mais crítico : como a última glaciação ocorreu há mais de 10000 anos, e este mapa do qual Piri Reis obteve suas informações seria anterior a ela, isso significaria que existiria uma civilização avançada na Terra já nesta época. E isto colocaria em dúvida não só a versão oficial da descoberta da América, como também a teoria da evolução de Darwin, que afirma que nesta época a humanidade estava ainda na fase do homem de Cromagnon. Não faz pensar no mito da "Atlântida"?

Claro que tudo isto tem seus defensores e seus opositores, principalmente o mapa de Piri Reis. Mas não deixa de ser fascinante, não sei se com vocês isto acontece, mas eu adoro todas estas teorias polêmicas que sacodem nossas "verdades estabelecidas"...


sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Braque em 3 Dimensões


Foto de Georges Braque e a escultura "Les Trois Grâces" em pasta de cristal
No fundo a Place Stanislas, em Nancy


Georges Braque, que foi juntamente com Picasso um dos responsáveis pela passagem da arte moderna à arte contemporânea com a criação do cubismo, no final de sua vida chegou à conclusão que “não bastava mostrar visualmente as obras que pintamos, é necessário também deixar tocá-las.”

Sintetizou então suas obras mais importantes em guaches, as quais foram em seguida transformadas em 3 dimensões, nascendo assim a série “Metamorfoses”, tendo como tema os deuses da mitologia. Para realizar esta transformação ele escolheu materiais preciosos como o ouro, a prata, o bronze e as pedras preciosas. Esta coleção foi apresentada no Museu do Louvre em 1963, sendo que Braque foi o primeiro pintor a ter suas obras apresentadas neste museu quando ainda em vida.

Mas faltava o cristal. Como ele faleceu em 1963, seus herdeiros resolveram recentemente, em colaboração com a cristaleria Daum, aqui de Nancy, realizar as “Metamorfoses” também neste material, dando assim origem à coleção que se encontra exposta na prefeitura de Nancy, na Praça Stanislas. Adivinhem se não fui ver? E como não sou egoísta, tenho fotos* para vocês...

Clique na imagem para ver o diaporama

*Fotos de Monique Colin




terça-feira, 21 de agosto de 2007

Os Filhos de Gandhi


Na semana passada, vi na televisão as comemorações com grande pompa dos 60 anos da independência da Índia. Este gigante emergente como é considerado, apesar da pobreza na qual vive uma parte de sua população e das ameaças terroristas que tem recebido, vê o futuro com otimismo, pois seu crescimento entre 2006 e 2007 chegou a nada menos que 9,4%! Mas quando penso na Índia me vem à idéia o magnífico Taj Mahal, o Himalaia “teto do mundo”, os marajás, os sikhs, os rios sagrados, os yoguis, os deuses misteriosos, mas principalmente o nome de Gandhi. Mas quem foi este homem, o “faquir semi-nu que fez tremer o Império Britânico”, como dizia Churchill?

Ele nasceu e cresceu na Índia ocupada pelos britânicos, fez seus estudos de direito na Inglaterra e partiu para a África do Sul para trabalhar. E foi lá que ele conheceu o preconceito contra os indianos e começou sua luta pelos direitos de seu povo. Voltando à Índia 20 anos depois ja famoso, ele dedicou sua vida à obtenção da independência de seu país.

Para isto, batalhou pela unificação dos indianos e pela criação da identidade nacional, ao mesmo tempo que atacou o sistema de castas procurando extinguir a casta dos intocáveis. Pregou um modelo econômico baseado na agricultura e no artesanato, em confronto com o modelo ocidental industrial do invasor. Adotou uma vida de asceta, praticando inclusive a abstinência sexual (que dizem que ele seguiu "mais ou menos", depois fazia um jejum para expiar...)

Sua doutrina era a resistência contra o ocupante britânico pela não-violência, ele desejava libertar a Índia sem que que haja derramamento de sangue. Devido a seus atos de « desobediência civil pacífica» (boicote das escolas, tribunais e dos produtos britânicos e manifestações silenciosas), contra o Império esteve preso várias vezes e fez várias greves de fome para obter suas reivindicações.

E ele conseguiu a independência da Índia…mas a que preço. O país foi dividido em dois, um para os hindus e sikhs, outro para os muçulmanos, o Paquistão, ele mesmo dividido em 2 partes a oeste e a leste da Índia (que se tornou depois Bengladesh). Esta partição provocou o maior êxodo da história e um enorme banho de sangue, Quanto à casta dos intocáveis, apesar de ter sido “abolida” na constituição, na prática ela subsiste até nossos dias. E o modelo econômico adotado pela Índia desde então é o modelo industrial ocidental, que ele tanto combateu. E ele, que era um adepto da não-violência, depois de ver seu país dividido e a guerra civil entre seus compatriotas, morreu assassinado por um fanático hindu.

No entanto, o seu grande mérito foi ter sido o cimento que uniu a nação indiana. Atualmente ele é admirado não só pela sua doutrina da “não-violência” neste mundo tão ameaçado pelo terrorismo, mas também por suas idéias de valorização das coisas naturais. Após estas décadas de modelo industrial que estão esgotando o planeta, vê-se com outros olhos a filosofia de Gandhi que considerava que cada um deve viver com o estritamente necessário para seu conforto e que as técnicas de transformação devem ser as mais naturais possíveis. Na verdade, ele foi um dos primeiros ecologistas.


Algumas Citações de Gandhi :


As enfermidades são os resultados não só dos nossos atos como também dos nossos pensamentos.

O erro não se torna verdade por se difundir e multiplicar facilmente. Do mesmo modo a verdade não se torna erro pelo fato de ninguém o ver.

O amor é a força mais abstrata, e também a mais potente, que há no mundo.

O ahimsa (amor) não é somente um estado negativo que consiste em não fazer o mal, mas também um estado positivo que consiste em amar, em fazer o bem a todos, inclusive a quem faz o mal.

Só podemos vencer o adversário com o amor, nunca com o ódio.


Outras frases de Gandhi
Diaporama "As Mais Belas Fotos dos Leitores"
Diaporama "A Índia tem Personalidade"


Livro "Esta Noite a Liberdade" de Dominique Lapierre e Larry Collins (excelente)





sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Ordem e Progresso


Este post faz parte da blogagem coletiva "Eu Exijo!!! Ordem e Progresso" proposta pela Veridiana do blog "30&Alguns".

Hesitei um pouco antes de resolver se participaria ou não desta postagem. Estou fora do Brasil e fiquei pensando se tinha o direito de dar palpites, sendo que não estou vivendo a realidade brasileira. Mas depois resolvi fazê-lo, pois apesar de ter direito à cidadania francesa pelo casamento, não a requeri, preferindo continuar brasileira e com muito orgulho, apesar da imagem do nosso país no Exterior. Desta, nem entro nos detalhes, pois daria para escrever páginas de barbaridades, nem todas falsas infelizmente...

Mas vamos ao tema desta blogagem "Exijo Ordem e Progresso", o lema de nossa bandeira. Ele é baseado no movimento agnóstico e antireligioso chamado "positivismo" do francês Augusto Comte, que tinha como slogan "O Amor por princípio , a Ordem por base e o Progresso por objetivo". Nele o único tipo de fé aceitável era a fé na ciência. Muito racional, mas estaria em fase com o comportamento do povo brasileiro, que é um dos povos mais místicos e religiosos do mundo? Acredito que não. Isto já é um exemplo de que desde o começo já se abria esta dicotomia entre a essência do povo e a forma de agir dos governantes. Mas a divisa em si é uma boa divisa, pois nós precisamos sim de "Ordem e Progresso".

E que a ordem não seja confundida com passividade e fatalismo, com afirmações do tipo "Não podemos fazer nada, a culpa é do governo", ou " Deus que quer assim". Neste caso, é preciso lembrar que o "governo" é teu representante, logo deve cuidar de teu interesse, e você o paga por isto com teus impostos. E aos que "põem na mão de Deus", estes devem pensar então a um outro ditado que diz "Ajuda-te a ti mesmo que Deus te ajudará". Claro que a melhor maneira de manifestar seu desejo é votando, mas quando os eleitos não respeitam os compromissos assumidos, é preciso sair nas ruas e manifestar seu descontentamento. Em todo caso, aqui na França isto funciona, já vi passeata derrubar alguns ministros e acabar com a carreira de outros...porque a voz do povo conta! No Brasil ela deve contar também, só assim a ordem terá bases sólidas.

E o progresso? Em relação a este o Brasil não é um país atrasado...mas avança em diferentes velocidades. Temos uma das sociedades mais estratificadas do mundo, a diferença de acesso aos bens é incrivelmente desigual no nosso país. Talvez um dia isto se equilibre, acredito muito nos elevadores sociais que são a educação e o trabalho, mas enquanto isto não acontece o governo tem que entender que ele foi eleito para cuidar de todos os brasileiros. Aquele que anda a pé, o que anda de bicicleta, o que anda de ônibus, o que anda de carro e também o que anda de avião. Uma classe não deve ser prejudicada para privilegiar uma outra, o Brasil inteiro tem que progredir junto.

Aqui na Europa, há alguns anos atrás se falava com admiração e temor dos países emergentes : a China, a Índia e o Brasil. Atualmente só se fala na China e na Índia. O que aconteceu com o Brasil? Submergiu? Vamos levantá-lo, minha gente! Não posso falar sobre estas histórias de corrupção pois não acompanhei os detalhes (de qualquer forma a corrupção é inadmissível), nem penso que se deve demitir um presidente que foi eleito pelo povo. Mas devemos exigir dele que o povo seja ouvido e que suas prioridades sejam levadas a sério, já é tempo que o Brasil ocupe o lugar no mundo condizente com sua riqueza natural e humana, e que nosso povo seja tratado com o respeito que ele merece.



terça-feira, 14 de agosto de 2007

Flanando na Cidade Verde


Vista do rio Moselle e da catedral Saint-Etienne, em Metz

"Cidade Verde", neste caso, não quer dizer uma cidade ecológica, esta denominação vem da quantidade de árvores e vegetação que ela possui. Estou falando da cidade de Metz, que fica a 55 Km de Nancy, onde moro, pertinho das fronteiras com Luxemburgo e com a Alemanha.

Sabe aquela rivalidade boba Rio-São Paulo? Pois aqui tem a mesma coisa entre Nancy e Metz, todas as duas brigando pelo título de "Capital da Lorena". Elas são próximas no que se refere à distância, mas apresentam diferenças importantes. Metz foi alemã durante muitos anos e isto se reflete em muitos aspectos começando pelos imóveis, que são austeros, "germânicos". Uma outra diferença é que seus habitantes conservaram as vantagens da previdência social alemã e também os dias santos deste país, depois da anexação. E por falar nisto, as festas religiosas destas regiões que foram ocupadas pelos alemães, como o Natal, são feéricas. As feiras de Natal de Metz, Estrasburgo e da Alsácia em geral são famosas.

Para mim, ela é a simplesmente a Cidade Verde, e também a cidade da minha amiga Madô. Gosto de ir até lá de trem (a estrada é cheia de caminhões e perigosíssima, principalmente no inverno) e depois andar a pé nas ruas que margeiam o rio Moselle, que a atravessa, ficar olhando os belos prédios antigos, as ilhas, as árvores centenárias que o ladeiam, os cisnes nadando. Que os nanceienses não me ouçam, mas as cidades atravessadas por rios são sempre mais bonitas. E ela é fervilhante de vida, talvez por ser uma cidade fronteiriça, é muito dinâmica, adoro trabalhar com o pessoal de lá.

Na minha última ida a Metz, visitei uma exposição em homenagem à chegada do TGV, de um artista da região chamado Paul Flickinger. Ela está ocorrendo no "Hotel da Região", centro do governo regional, que está instalado em uma antiga abadia (foto acima). Quanto ao artista, eu já conhecia suas esculturas, e foi a primeira vez que vi suas pinturas. Elas eram feitas em uma técnica especial, "altuglas", sob o vidro, o resultado era bastante interessante. Algumas colunas, que ele chamou de tótens (foto à esquerda), também pintadas sob o vidro completavam a exposição. Coloquei as fotos do quadro no slideshow aí embaixo, vejam e me digam o que acharam, tá?

(clique na imagem para ver o diaporama)

sábado, 11 de agosto de 2007

Casas que Economizam Energia

No Dia Mundial da Terra assumi um compromisso com o Movimento "Faça a Sua Parte" em relação à uma ação individual colaborando no combate ao problema climático que enfrenta nosso planeta. Nesta ocasião, prometi divulgar projetos encontrados na imprensa científica internacional relativos a este assunto. Este post é uma colaboração neste sentido.

Atualmente fala-se muito em casa ecológica. Mas o que é? Dizem que uma casa ecológica é construída com materiais locais, naturais, que sofreram o mínimo de transformações. Por exemplo, um igloo, as casas dos índios, uma casa de palha...

A casa sustentável seria uma casa que apresenta o conforto da vida moderna, mas já incluindo os critérios de respeito ao meio ambiente, como a utilização de materiais ecologicamente corretos, uma minimização do consumo de energia e baixo teor de emissão de CO2.

Recentemente ouvi uma terceira definição para este tipo de residência: a casa econômica!A economia consistiria na minimização da água e da energia fornecida pela rede pública e das emissões de CO2. No entanto, o argumento de venda junto ao público é a economia em ...dinheiro. "Economize 800 libras na tua conta de luz por ano comprando esta casa."

Esta casa (foto acima) faz parte de um conjunto de casas populares que serão construídas pelo governo britânico, das quais 10% são casas "econômicas", com baixo teor de emissão de CO2. O projeto que venceu a concorrência pública integra os ítens já tradicionais das casas sustentáveis tais como painéis solares fotovoltaicos, mini-turbinas eólicas, vidros triplos que absorvem a radiação solar em função da estação do ano, reutilização da água dos banhos e das pias para a descarga do banheiro e recuperação da água da chuva (veja o diaporama).


Veja também o VÍDEO do jornal televisivo francês apresentando esta casa.

Trata-se de apenas 10% das novas casas a serem construídas, mas acho que isto demonstra que os governos dos países industrializados começam a levar a sério o problema do aquecimento da Terra e adotar medidas concretas para combatê-lo.


No Brasil, também existem projetos para a construção de casas sustentáveis, como a "Casa Verde" (à esquerda) e a "Casa Sustentável", cujos protótipos integrando os princípios da arquitetura bioclimática e materiais certificados foram apresentados recentemente em São Paulo e no Rio Grande do Sul, respectivamente.

E também idéias originais e inusitadas como as casas com estrutura de bambu e com argamassa de raspas desta planta e de pneus, construídas em Três Rios (RJ) e Maceió (AL). Aliás, a utilização de materiais de construção provenientes da reciclagem, é um dos pontos inovadores da arquitetura ecológica, como pode ser visto na casa do arquiteto Sérgio Pamplona, em Brasília (DF), na qual pneus usados são preenchidos com terra e usados como degraus das escadas.

Existem também iniciativas interessantes para casas populares como o projeto para comunidades carentes, com métodos construtivos e características ecológicas do Instituto Habitat, e também o projeto de habitação sustentável voltado às comunidades de baixa renda em São Leopoldo (RS).

O importante é constatar que a procura de soluções para a construção de habitações auto-sustentáveis em energia, com aproveitamento máximo da água e com limitações nas emissões de CO2 já está sendo incorporada na mentalidade coletiva. Parece que as pessoas são menos reticentes em relação à mudança ao seu modo de morar que ao de se locomover, pois o uso do automóvel até agora não encontrou substituto "aceitável".

Leia mais :

Noções sobre a Arquitetura Sustentável
Tecnologias diminuem gastos de energia e água
6 Idéias para uma casa ecológica
Conselhos do Greenpeace para cada cômodo da casa
O bom e o barato da casa ecológica


Alto da Página

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Nutrindo com Amor



Encontrei este belo poema na Internet, terno e instrutivo ao mesmo tempo, que apresento como participação à blogagem coletiva sobre o aleitamento materno proposta pela Denise Arcoverde, do Síndrome de Estocolmo.


ALEITAMENTO MATERNO <=> POEMA DE ESPERANÇA

Enfª Selma Campestrini

Tudo é vida
Na terra, no céu e no mar
São plantas, flores e animais
São pássaros, nuvens, astros e constelações

Tudo existe e subsiste em perfeita harmonia
Tudo foi criado para amar e servir
Tudo teve um início – uma chegada
Tudo terá um fim – um saída (partida)

Agora, eis que surge uma nova vida – é um ser humano, um bebê
Ele chega indefeso, frágil, carente e dependente
É incapaz de servir, mas é capaz de amar
Ele traz no peito uma mensagem de esperança:

Para sobreviver e para assegurar minha vida e saúde.
Preciso ser amado e servido,
Preciso com leite materno ser alimentado.

Preciso das imunoglobulinas, vitaminas, água,
Dos lipídios, protídeos, glicídeos, sais minerais
Do leite da minha mamãe.

Isto é possível sim! E sabem como?
Até os meus seis meses de vida
Nada de água, chá ou outro alimento
Nada de bico, chupeta ou mamadeira.

E até dois anos, o leite da mãe eu não dispenso,
Ele continua sendo um ótimo manjar
Junto com outros alimentos sólidos
Grande, forte, inteligente e bonito me faz ficar.

A sociedade deve estimular, ajudar e apoiar a minha mãe:
As leis da amamentação devem ser cumpridas,
A indústria de alimentos infantis deve ser abafada,
Você deve ser um multiplicador da prática da amamentação.

Viu como é fácil?
Todos nós e mais o planeta seremos beneficiados
Se com a prática milenar, simples, inócua e barata
Com leite humano, alimentar as pequenas crianças.

PUCPR – Curitiba - 2000


Mudando de assunto:

E como hoje estamos surfando nas ondas da blogosfera, depois das coisas sérias, passemos aos mimos...

Gostaria de agradecer ao amigos Eduardo, do Varal de Idéias e Oscar Luiz do By Oscar Luiz, por me ter indicado para o award "Blog 5 Estrelas", instituido pela Elza do blog Nada pra Mim, cujo regulamento se encontra aqui. Acho que nem preciso dizer quanto fiquei feliz com esta indicação, que retribuo com o maior carinho, pois meus indicados para este award são :



By Oscar Luiz
Flainando na Web
Luz de Luma
Pensieri e Parole
Varal de Idéias

Acho que todos são largamente merecedores, além de todos os outros blogs amigos que visito regularmente.



sábado, 4 de agosto de 2007

Champanhe com Guaraná



Hoje pegamos a estrada e partimos a oeste, na direção de Reims, uma cidade que se situa entra Nancy e Paris. Meu marido gosta de dirigir nas pequenas estradas que atravessam as cidadezinhas e os campos, fugindo das autoestradas, onde se chega depressa mas não se aprecia a paisagem. E não ficamos decepcionados, vimos campos de girassóis, coquelicots (florzinhas vermelhas selvagens muito bonitas, que estão desaparecendo por causa dos herbicidas) na beira da estrada, campos plantados de várias cores, enfim paisagens muito bonitas.


Mas quando passo neste caminho, não consigo deixar de pensar que foi a rota que fizeram os alemães nas 2 guerras mundiais, para chegar a Paris. Aliás, passamos em Verdun, onde aconteceu uma das maiores batalhas da Primeira Grande Guerra, que foi uma verdadeira carnificina, 300000 soldados morreram entre franceses e alemães. O "Memorial da Lembrança" de Verdun é impressionante e também existem vários cemitérios militares na região. Pois é, neste Velho Mundo de lugares tão bonitos e tanta riqueza cultural, já houve muito sofrimento e correu muito sangue.


A cidade de Reims também conserva as marcas destas guerras, até sua catedral também sofreu com os bombardeios, e está em reconstrução até hoje. Esta catedral Notre Dame de Reims é um verdadeira jóia da arquitetura gótica, com vitrais magníficos, incluindo alguns de Chagall (foto acima). Nela os reis da França vinham para ser sagrados, o primeiro rei franco foi batizado, Joana D'Arc trouxe o rei Charles VII para ser entronado e em 1962, De Gaulle e Adenauer relançaram a amizade entre a França e a Alemanha. Reims é também a capital da região chamada Champagne, berço do delicioso espumante que bebemos nas comemorações. E é claro que não recusei uma taça de "kir royal" (champanhe com creme de cassis) na hora do almoço.

Mas não foi por causa dos coquelicots e dos girassóis da estrada, nem da visita à cidade com sua magnífica catedral, nem para tomar champanhe que fomos a Reims. Fizemos esta viagem de 200 Km para comprar uns produtos preciosos e raros que só podem ser encontrados em 4 ou 5 lugares na França. Vejam só o que trouxemos de lá : guaraná em garrafa e em lata, paçoca de rolha, goiabada em lata e goiabada cascão, feijão preto, café Pilão. Yesss!!! Meus amigos, minha geladeira está cheia de guaraná. Ô felicidade!