terça-feira, 19 de junho de 2007

As Jóias de René Lalique


© Musée des Beaux-Arts de Quimper/Adagp, Paris 2006
Fotos © ADAGP, Paris, 2007

Na semana passada, aproveitando a promoção do TGV (a passagem de 50 saíu por 15 euros), enforcamos um dia de trabalho e fomos passear na Capital. "Sem lenço, sem documentos", sem malas, que maravilha viajar assim, tendo como programa entre outras coisas passar na "Coisas do Brasil" para nos reabastecer de goiabada e paçoca (pena que guaraná era muito pesado) e visitar a exposição de René Lalique no Museu do Palácio de Luxemburgo.


Coincidência ou não, atualmente se fala muito em Lalique aqui no leste da França. Houve uma conferência no início da semana passada sobre sua vida, uma exposição com ele e outros grandes nomes dos cristais foi inaugurada aqui pertinho de Nancy, um museu com seu nome vai ser aberto na Alsácia. Mas a exposição de Paris não é voltada para a sua obra usando cristais, mas é dedicada principalmente às jóias que foram seus primeiros objetos de criação e que foi o que o tornou famoso.


Nascido em 1860, sua carreira ocorreu em plena época do movimento "art nouveau". Para criar suas jóias ele buscou inspiração principalmente nas fontes deste movimento : a fauna, a flora, a mulher, as estampas japonesas, misturando amplamente estes temas. Por exemplo, obsecado pelas mulheres, ele reproduziu o perfil de sua mulher (a quem dizem que traíu várias vezes) em broches e pingentes. Transformou-as também em sereias, (com os longos cabelos se misturando às ondas do mar), elfos, ninfas ou as metamorfoseou em libélulas, pavões, orquídeas. Mesclando aos materiais tradicionais os inovantes como o chifre, o marfim, o vidro, e adotando as pedras semipreciosas como a opala, a ágata, a ametista, o ônix, o jade, os corais, ele revolucionou as técnicas da época, sendo considerado o "criador da joalheria moderna" por Emile Gallé.


Suas criações, consideradas como audaciosas, eram expostas como obras de arte ou usadas por mulheres "fora do comum", sendo que entre suas clientes estava a renomada atriz Sarah Bernardt, para a qual ele criou adereços para algumas de suas peças de teatro.


Ele abandonou a criação de jóias em 1912, aborrecido com todas as cópias que faziam de seu trabalho, para se dedicar à criação de objetos de vidro e de cristal. Mas isto é assunto para outro post.


Pessoalmente, adorei tudo que vi nesta exposição. Se tiver que traduzir a impressão mais forte que me ficou foi a delicadeza das peças expostas. Apesar da sofisticação e da riqueza de detalhes, elas são de uma extraordinária leveza.


Clique na imagem para ver em DIAPORAMA



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23 comentários:

Osc@r Luiz disse...

Que show!!!
Puxa, como é bom passar por aqui.
Nossa, como você nos traz em todas as suas nuances, a arte, a cultura, a estética e o bom gosto.
Acho que não vou me cansar de repetir isso!
Que espetáculo!
Principalmente a semelhança com as libélulas.
Muito instrutivo. De texto agradável e enriquecedor. Daqueles que a gente lê devagar pra demorar a acabar.
Muito obrigado por me brindar com esse post em um final de uma chatérrima segunda-feira!
Um grande beijo!

Anônimo disse...

Obrigada pelo comentário, Oscar, sendo biólogo é normal que você goste destas reproduções tão bem feitas da fauna e da flora. Você viu os detalhes no diaporama? São impressionantes. Um abração.

Anônimo disse...

Olá,

Nossa, Maria Augusta...
Estou extasiada! Realmente lindo!
Não gosto de jóia, mas certamente qualquer uma dessas peças, são mais que jóias.
Deve ter sido maravilhoso poder ver tudo isso de perto.
Tem coisas que valem a pena matar um dia de trabalho.

Beijos e uma ótima semana.

Lina Yamada

Anônimo disse...

Realmente, Lina, é uma exposição linda. Estava lotada, havia até empurra-empurra para se aproximar daas vitrinas. Mas valeu a pena. Uma ótima semana para você também. Beijos.

Anônimo disse...

Excelente post! Lalique é realmente fabuloso. :)
E nossa, que promoção maravilhosa do TGV!! Quanto tempo ela vai durar?

Anônimo disse...

Dona Minhoca a promoção do TGV (é a Prem's)existe durante o ano todo para uma porcentagem de lugares no trem, logo para conseguir viajar a este preço precisa-se comprar a passagem com bastante antecedência. Com o lançamento do TGV Est eles aumentaram a cota de Prem's desta linha até o fim do verão. Bises.

Luma Rosa disse...

Lalique tanto foi copiado como influenciou a muitos. Até o brasileiro Rodolfo Amoedo que em certos enquadramentos de interiores aqui no Rio de Janeiro, envolveu figuras femininas com flores de Lalique, evocando as costureiras de Vuillard. Muito belo!!

Quer dizer que anda a matar trabalho? (rs*) Bom dia!! Beijus,

Luma

Anônimo disse...

Realmente, ele marcou sua época e continua a influenciar os criadores até hoje.
Pois é, Luma, dar uma escapada da rotina é tão bom, né?
Beijão.

Anônimo disse...

Maria Augusta, eu não sou biólogo, como o Oscar, mas adorei sua postagem!
Vou lá no Varal corrigir um L no lugasr do U da AUGUSTA!!!! Só vi agora! Sorry!

Anônimo disse...

Matar saudades do Brasil deve ser bom, mas na certa melhor ainda é poder ver uma exposição do Lalique. Imperdível.

Anônimo disse...

Eduardo, você não é biólogo, mas você é um artista, o que dá uma sensibilidade especial para apreciar as obras de arte, como estas jóias do Lalique.
Não havia percebido que havia um "L" no lugar do "U" no meu nome do link da sidebar do teu site, não faz mal, te agradeço muito pela citação. Abraço.

Anônimo disse...

Lino, paçoca, goiabada, guaraná, eram coisas que quando morava no Brasil nem ligava, agora me fazem falta, pode?
Verdade, esta exposição do Lalique é mesmo imperdível. Abraço.

Anônimo disse...

Que bom! aproveitou bem.
Eu tinha umas abelhinhs qdo menina, lembrei agora vendo as imagens- deviam ser cópias dele, acho que não eram ouro, eram douradas, mas nem tudo que reluz é ouro , né?
Bj e tks pela visita querida, laura

Anônimo disse...

Laura, ele marcou tanto que até hoje é copiado nos mais variados materiais. Beijo.

Anônimo disse...

Lálique...Nancy..de repente recordações de juventude voltam do armário numa emoção em reflexos de esmalte.

Bom champanhe.

Um abraço deste ponto mais ocidental da Europa.

Anônimo disse...

E eu tenho ótimas recordações do ponto mais ocidental da Europa.
Bom vinho do Porto.
Um abraço e obrigada pela visita.

samegui disse...

Maria Augusta, no dia em que recebi o feed já indiquei para alguns amigos ligados a ourivesaria... lindo, obrigado por estes presentes franceses que do seu jardim!

Anônimo disse...

Pasear na capital é sempre muito bom, prinipalmente qdo esta capital se chama Paris.
bjs

Anônimo disse...

Sam, Lalique tem cada coisa tão linda, os cristais dele também são maravilhosos. Beijo.

Anônimo disse...

Meire, quando se chama Roma como é o teu caso também não é nada mau, né? Bjs.

Barberita Atuna disse...

eu gostava que você postaxe uma libélula de Lalique muito gira e informações sobre de como é feita,tá?? nao se importa pois nao??? voce é legal k eu sei né!!!

Lea Lalique disse...

Je suis arrière-petite-fille de Lalique et je pense que ce blog est très original mais qui manque de l'information.

Anônimo disse...

Il semble que vous soyez un expert dans ce domaine, vos remarques sont tres interessantes, merci.

- Daniel