quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

A Cidade Heróica



O inverno cinzento e frio nos faz sonhar com férias ensolaradas...e uma parte delas foi passada na Bahia, na companhia de uma de minhas irmãs que é uma eminente baianóloga, e como estávamos em Salvador, ela nos sugeriu que fôssemos conhecer a cidade de Cachoeira, que fica a 119 km desta capital e é tombada pelo Patrimônio Histórico.

Fomos de carro e a sinalização da estrada assim como seu estado era péssima...chegamos pela vizinha cidade de São Félix mas devo dizer que a entrada na cidade valeu a pena. Uma imponente ponte sobre o rio Paraguaçu separa as 2 cidades e atravessá-la foi como entrar num filme da época do Império. Pois é, porque ela foi construída pelos ingleses e inaugurada por D. Pedro II em pessoa. Porque Cachoeira foi uma cidade muito próspera do interior da Bahia até o século XIX, um porto para o escoamento da cana de açúcar e do fumo, que fizeram a riqueza da região.

Na cidade, o que chama a atenção é o casario de sobrados da época imperial, infelizmente muitos deles abandonados. Percebe-se, pelos poucos que foram restaurados a beleza e o potencial turístico do lugar. Entre os monumentos, vemos logo na entrada da cidade a antiga estação de trens (abandonada) e igrejas riquíssimas, da época do barroco tardio. Mas era domingo, e a maioria estava fechada e não pudemos visitar, o que foi uma pena.


Cachoeira é chamada "A Cidade Heróica" pois foi palco de movimentos importantes para a independência do Brasil e para a abolição da escravatura, sendo que personagens como Maria Quitéria e Ana Nery fazem parte de sua história.

A cultura afro-brasileira é bastante marcante na cidade, tanto pela presença de grupos de candomblé quanto na cozinha. Um dos pratos típicos da região é a Maniçoba, de origem escrava, preparado com as folhas da mandioca, que devem ser trituradas e depois cozidas por longo tempo, acrescidas de carne suína e temperadas com alho, sal, louro, pimenta etc.

Sentamo-nos numa bela praça arborizada margeando o rio, observando a ponte e vendo a cidade de São Félix do outro lado. Um ônibus encostou, trazendo a equipe de futebol local carregando um troféu, batucando e fazendo festa. Além da paisagem e do ambiente da cidade, fiquei contente por presenciar uma cena típica de um domingo numa cidade brasileira do interior.





segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Delicadezas



Não tenho saído muito para passear neste inverno, primeiro por causa do frio que desencoraja as caminhadas, e segundo porque não há uma grande variedade de atividades disponíveis nesta época do ano. Mas numa de minhas escapadas encontrei um livrinho* que é uma verdadeira preciosidade para quem aprecia o design, a transparência e a delicadeza. Ele mostra 400 frascos de perfume desde a antiguidade até nossos dias...voltarei a falar dele porque vale a pena, mas por enquanto gostaria de mostrar alguns exemplos do que existe em seu interior (acima), para que vocês encham os olhos de beleza para começar a semana.


Um presente de aniversário que recebi na semana passada tambem é de uma grande delicadeza. Trata-se de um pequeno carnê contendo caderninhos no interior que vem diretamente do Nepal e em cuja capa possui uma fita de "kira", a arte milenar das mulheres do Butão. A lenda diz que as mulheres tecem a kira com as próprias mãos e as utilizam no dia do casamento. Quanto mais cuidadosas elas forem ao tecê-las, mais férteis elas serão...O Butão, também chamado "País do Dragão", é um pequeno reino que fica entre a Índia e o Tibet, incrustrado no coração do Himalaia...tudo isto me faz sonhar, me faz pensar em Sangrilá...



Uma outra delicadeza em um outro estilo me foi ofertada pelo Santilli, dos blogs "Boa Leitura" e "Crônicas". Ele criou um selo chamado "Blog Amigo", cujo design achei muito bonito e o "Jardin" teve a honra de estar entre os 7 primeiros a recebê-lo. Agradeço muito pelo mimo e vou passá-lo a outros sete blogs, embora haja muitos outros que considero como amigos


Acqua
Caminhar
Ju Gioli
Lino Resende
Luz de Luma
Pensieri e Parole



E delicadamente desejo uma boa semana a todos...


Update :


Encaminhada pelo Eduardo e pelo Santilli, a quem agradeço, recebi a linda colagem feita pela Jugioli, com os seguintes dizeres:

"A Ju criou essa composição muito bonita e sugestiva de algo de Alto Astral.

Sugeriu que coloquem no side bar os que acharem:

1 - que seu blog é alto astral
2 - que acharem a gravura bonita
3 - que quiserem!!!!! "



Eu vou fazê-lo principalmente porque adoro o trabalho dela. E o aconselho a todos vocês que passarem por aqui que o adotem, pois bom astral e arte ao mesmo tempo é um achado, não é mesmo?




*Livro :
Flacons de Parfum - L'Oeil du Chineur
Judith Miller
Ed. Gründ

Posts deste blog relacionados com este assunto :
O Mundo Mágico do Perfume




sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

O Avesso do Avesso...




Cidade imensa e vertiginosa, do forte e do fraco, do rico e do pobre, do branco e do preto, do moderno e do antigo, é todo um mundo de contrastes onde tudo se complementa e se contradiz. Não deixa ninguém indiferente, por amá-la ou detestá-la, muitos já cantaram em verso e prosa esta megalópole que, como diz o baiano Caetano, é o avesso do avesso do avesso do avesso...

Querida São Paulo, Desde que te vi através de uma embaçada janela do velho Electra, meu coração, que batia Caimmy, começou a batucar Adoniran.Meus olhos, até então acostumados com a crueza do céu do meu sertão, orvalharam quando olharam para o seu. Emoção ou Cubatão, não importa. O importante é que até hoje eles vibram quando estou chegando aí e o tempo, de bom humor, abre frestas só pra você brilhar pra mim. Em você a indiferença jaz. Ou abre-se a boca de espanto, ou fecha-se os olhos de vergonha. Te adoro, minha velha. Adoro o seu cheiro de nada misturado com tudo. Seus Tons e Zés; seus Arnaldos e Antunes; seus Jucas e Fagundes. Poder ser Antonio ou Ermirio; Daslu ou Paulino; tomar caldo de cana e arrotar absinto.Onde no mesmo lugar Fasano e esfiha? Rita Lee e Turquia? Japão e Bahia? Te cuida, minha velha. Por muitos anos ainda quero te andar.

Janio Soares

São Paulo é uma referência no mundo. É crescimento desvairado. É solidariedade. É humanidade... Nasceu com o símbolo da educação... Hoje, educa... fortalece... desenvolve em seu mais profundo espírito... É metrópole desde o seu ponto zero até a tangência de seu quadrante.... São Paulo tem tudo a ver... Veja a cidade do alto... é sincronia de energias... abundância... amor... É São Paulo. Parabéns a essa cidade... hospitaleira em todos os sentidos!

Acacio Nascimento



São Paulo, Brasil solidário, berço abençoado no Pátio do Padre.
São Paulo, terra dos gigantes, eternos viajantes, peões e empresários.
São Paulo, rios e viadutos, alegrias e lutos, fonte de afeição.
São Paulo, sem definição! Castigo ou perdão? - Xaxado e baião.
São Paulo da complexidade e da filosofia de um bom botequim.
São Paulo, roteiro de amores e de dissabores, carma do sem fim.
São Paulo, tempero da vida, bela, mas...Bandida. Socorro! Ai de nós!
São Paulo do espírito inquieto, moleque irrequieto nas ruas, sinais...
São Paulo da Santa Poesia, da doce utopia, do norte sem cais...
São Paulo, que acolhe e domina, maltrata e ensina:
TE AMO....
Sem mais!

Goimar Dantas


Feliz Aniversário, ma grande!


terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A Casinha Pequenina



Aquarela "Casinha Pequenina" by Du

"Você se lembra da casinha pequenina...tinha um coqueiro do lado..." Pois é , a casa não é pequenina, e do lado no lugar do coqueiro tem uma alameda de eucaliptos, mas eu a chamo assim porque a acho tão poética quanto a da canção.

E sabe quem mora lá? É minha irmãzinha menor e o (a)mor(z)inho dela. Quer dizer, ela é menor que eu só na idade, pois quando nasceu eu já estava até na escola. Na verdade no tamanho é bem maior que eu, e acho mesmo que em tudo. O apelido dela lá em casa é "Santinha". Sabe por quê? Porque quando era bebê tinha os cabelos loiros e dourados que brilhavam ao sol. As pessoas passavam e diziam : "Que linda, parece um anjo!" Então a Mamãe dizia : "É nosso anjo, nossa santinha". E o apelido pegou. Mas agora que ela é grande e só nós lá de casa que a chamamos assim, então não conta pra ninguém, viu?!



Bom, ela mora mesmo é na cidade grande, mas todos os fins de semana vai para a casinha pequenina com o Morinho. Os dois já fizeram um monte de coisas juntos, em volta dela já plantaram jaboticaba, milho, pimentão, laranja, limão, verduras, feijão, mil flores... Mas quando vou lá só fico proseando, tomando sol, comendo churrasco e dançando forró, porque tenho medo das vacas. Pois é, porque lá também tem vacas e um monte de bichinhos.

Agora eles vão fazer uma casa bem grandona no lugar da casinha pequenina. Vou ficar com saudades dela, mas acho que o coração deles é tão grande, mas tão grande, que a casona vai ser tão cheia de amigos, amor e carinho quanto a casinha pequenina.

Feliz Aniversário, Santinha!
Feliz Aniversário, Morinho!







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domingo, 20 de janeiro de 2008

Nas Malhas da Blogosfera


A imagem mostra a blogosfera traçada por um software capaz de monitorar a rede. Impressionante, não? Já pensou que um destes pontinhos representa nosso pequeno blog? Pois neste post vamos navegar nela, para contar algumas novidades e algumas coisas importantes.

Vou começar pela blogosfera verde, com o "Faça a Sua Parte". Como vocês sabem, trata-se de um blog publicado por um grupo de pessoas, do qual tenho a honra de fazer parte, preocupadas com o futuro do planeta. Nele pode-se encontrar dicas de como você pode agir para fazer sua parte para cuidar da Terra.

Pois nestas últimas semanas a equipe do "Faça a Sua Parte" está super-motivada e temos várias novidades. Como talvez vocês já tenham percebido no "Acontece na Blogosfera", o "Faça a Sua Parte" mudou de casa. Saíu do Blogger e passou ao Verbeat, que é capaz de dar uma maior visibilidade ao blog e um atendimento personalizado. Esta mudança trouxe sangue novo ao blog, que está sendo renovado diariamente, com as últimas novidades em termos de ações, atualidades, denúncias, enfim tudo que é relacionado à preservação do planeta. Faça a tua parte e vá conferir.

Faça a sua parte

E o dinamismo da equipe frutificou : o "Faça" agora tem um filhote, o "Lili Faz a Sua Parte", cuja missão é de sensibilizar as crianças e os adolescentes aos problemas ambientais, publicando trabalhos escolares e outros assuntos visando conscientizar este público sobre eles. Não deixe de visitá-lo!

E já que estamos na esfera da blogosfera, vamos reproduzir aqui um même criado pela Simone, que foi colocado à disposição de todos pela Sam. Sei que aí no Brasil a época de desejar "Feliz Ano Novo" já passou (aqui na França vai até o fim de janeiro), mas os votos deste meme são também lembretes, logo é sempre interessante rememorá-los.



Passamos agora à blogosfera artística, pois vamos falar do Eduardo, do maravilhoso Varal de Idéias, a quem agradecemos o mimo "É um bom blog sim senhora!" que ele nos ofereceu tão gentilmente. A quem o transmito? A todos que estão recomendados na minha sidebar e que desejarem recebê-lo. Os que o aceitarem me avisem que colocarei um link aqui, com uma restrição...tchan, tchan, tchan, tchan...só posso colocar sete links.

E vamos concluir com a blogosfera literária, e mais um lembrete interessante para vocês. A Lunna do novo blog Acqua está publicando diariamente uma excelente série de artigos sobre a história da cidade de São Paulo, que também foi o tema de sua "Coletânea Artesanal", um apanhado de poemas e crônicas, que ela publica quinzenalmente.

E então, vale ou não vale a pena passear pelos emaranhados desta malha?


Update :

Por falar em blogosfera verde e artística, vale a pena fazer uma visita ao blog da Nana, que utiliza peças usadas de computadores para confeccionar lindas bijuterias, como esta abaixo, muito criativas.




Alto da Página


quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Edith Piaf



A artista francesa Marion Cotillard recebeu esta semana nos Estados Unidos o prêmio "Golden Globe" de melhor atriz de filme musical por sua atuação no filme "Um Hino ao Amor". Eu havia escrito este post quando vi o filme há meses, mas foi no comecinho do blog e acho que pouca gente viu, logo eu o estou reeditando para comemorar este prêmio, que ela merece!

A lenda diz que "ela nasceu sob um lampadário, em uma rua de Paris". Podemos gostar ou não de seu estilo, apreciar ou não suas canções, mas uma coisa não podemos negar : Edith Piaf, com sua voz possante e clássicos como “Hymne à l’amour”, “La Vie en Rose”, “La Foule”, é um monumento da música francesa. Para conhecer um pouco mais sobre o personagem, fui ver o filme que foi lançado recentemente com grande suporte publicitário, "La Môme" (no Brasil "Um Hino ao Amor"). Não me arrependi, a vida desta artista foi uma verdadeira saga.

Seus pais eram artistas, a mãe cantora e o pai contorsionista. A mãe a abandonou ainda pequena, e, enquanto seu pai estava na guerra, ela foi criada pela avó, que era a "cafetina" de uma “maison close” (casa de prostitutas). Depois o pai veio buscá-la e ela o seguiu pelas estradas em suas andanças de saltimbanco. Crescendo, ela se tornou uma cantora de rua, até que foi descoberta e introduzida no mundo do “music hall”, ponto de partida de uma fulgurante carreira internacional.

Ela foi uma pessoa cheia de contradições. Generosa, pois lançou a carreira de grandes nomes como Yves Montand, Compagnons de la Chanson, etc... e também egoísta e despótica, pois não aceitava conselhos e não se importava com a conseqüência de seus atos sobre as pessoas que a rodeavam. Ela era baixinha e longe de um padrão de beleza...no entanto conseguiu seduzir alguns dos homens mais cobiçados da sua época, como Yves Montand, Georges Moustaki, sem falar de seu grande amor, o pugilista Marcel Cerdan (que morreu tragicamente em um desastre de avião) e de seu último marido, vinte anos mais jovem que ela. Forte, pois superou os problemas de sua infância e fez uma carreira maravilhosa... e ao mesmo tempo fraca, pois se deixou vencer pelo álcool e pelas drogas, que causaram sua morte quando ela tinha apenas 48 anos (no mesmo dia que seu amigo Jean Cocteau).

A artista que interpreta Piaf é Marion Cotillard, fisicamente completamente diferente do personagem, a semelhança foi criada por 5 h diárias na sala de maquilagem (em algumas cenas, dá para perceber que sobrancelhas foram coladas sobre as da atriz). Mas os que conheceram Piaf dizem que o gestual e a postura da atriz são tão perfeitos que se tem a impressão que ela é “possuída” pela cantora.

As canções do filme são na própria voz de Edith Piaf, aí embaixo coloco a letra da canção que traduzia seu estado de espírito no final de sua vida “Non, je ne regrette rien” (Não, não lamento nada).




Non, je ne regrette rien
Letra de Michel Vaucaire
Música de Charles Dumont

Non ! Rien de rien
Non ! Je ne regrette rien
Ni le bien qu'on m'a fait
Ni le mal tout ça m'est bien égal !

Non ! Rien de rien
Non ! Je ne regrette rien
C'est payé, balayé, oublié
Je me fous du passé !

Avec mes souvenirs
J'ai allumé le feu
Mes chagrins, mes plaisirs
Je n'ai plus besoin d'eux !

Balayées les amours
Et tous leurs trémolos
Balayés pour toujours
Je repars à zéro

Non ! Rien de rien
Non ! Je ne regrette rien
Ni le bien, qu'on m'a fait
Ni le mal, tout ça m'est bien égal !

Non ! Rien de rien
Non ! Je ne regrette rien
Car ma vie, car mes joies
Aujourd'hui, ça commence avec toi !


Clique aqui para ver trechos do filme « Um Hino ao Amor”
Clique aqui para ver outros vídeos de Edith Piaf





segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Política x Glamour




Gente, depois de toda a espiritualidade dos período natalino e das reflexões sobre o futuro do planeta do post anterior, neste resolvi baixar a bola e estrear aqui a rúbrica "People". Trocando em miúdos, vamos fazer fofoca...e das boas, porque vamos falar da vida sentimental do presidente da república francesa.


E ela tem sido um prato cheio para a imprensa nas últimas semanas. Apesar de que, aqui na França, a vida pessoal dos políticos interessa pouco ao público em geral (Miterrand tinha duas famílias ao mesmo tempo), ninguém consegue ficar indiferente ao que está acontecendo no momento. Dois meses depois do divórcio que ocorreu em outubro, ele desfilou ao lado da bela Carla Bruni, ex-manequim e cantora, no Eurodisney, sem fazer nenhum esforço para se esconder. No Natal eles visitaram as pirâmides do Egito como turistas "comuns", acompanhados de um bando de fotógrafos e no Ano Novo, mais uma escapada do casal, desta vez em Petra, na Jordânia, também sob a luz dos refletores.


Está certo, ele é divorciado, tem direito a namorar quem ele quiser. O que deu o que falar foi que o passeio na Eurodisney anunciando o romance aconteceu quando as críticas contra ele estavam acirradas, por ter recebido o presidente libiano, que não respeita os direitos humanos. De repente, todo mundo esqueceu o ocorrido e só se falava no novo casal. A oposição critica também o fato de que ele viaja com Carla no jato de um amigo milionário, se perguntando qual seria o retorno que o país teria que dar em troca destes favores. Além disto, aqui é imoral exibir riqueza, quando a situação do país vai bem o povo deixa passar, mas como agora está atravessando uma crise econômica, está pegando mal os gastos do presidente com as viagens e os presentes. A cota de popularidade dele está em queda livre.


E por falar nos presentes, dizem que o anel de noivado que ele ofereceu à Carla custou mais de 40000 euros. É um diamante rosa em forma de coração que segundo as más línguas é igualzinho ao que ele ofereceu à Cecília quando ficou noivo dela e foi desenhado pela melhor amiga desta. Falam também que Cecília e Carla são muito parecidas, o que poderia dizer isto? E cada dia tem sua novidade, quinta passada os jornalistas se precipitaram como loucos na Prefeitura do XVI arrondissement de Paris, pois houve um boato de que ele estaria se casando lá. Na sexta foi a história do pai biológico de Carla, que mora no Brasil. No sábado, o boato da Internet segundo o qual ela estaria grávida do presidente.


Na semana passada a ex, Cecília, "contra-atacou" em número de capas de revistas. Saíram 3 livros sobre ela, comentando sua vida, seus problemas com o presidente, e dizendo que ela ama loucamente o empresário pelo qual ela havia abandonado o marido em 2005. Num deles, lança farpas contra o ex-marido (ela desmentiu...) dizendo que ele é mulherengo e pão duro. Entre ditos e desmentidos, os livros "se vendem como pãezinhos", como eles dizem aqui.


Enfim, o interessante em tudo isto é o inédito da situação. Apesar do alto grau de politização da população francesa, eles não conseguem ficar indiferentes à esta mistura de política com glamour, onde um presidente "jovem" sai com uma ex-top model sob a luz dos refletores. Quando ele foi eleito, ele prometeu a ruptura com os costumes antigos. Está respeitando a palavra dada, embora numa área inesperada...



Update (14/01):
Rumor do dia : os astrólogos disseram que se eles se unirem, o casamento vai durar dois anos...(rs)


Update (15/01):
Rumor do dia : segundo o jornal "L'Est Républicain" eles já teriam se casado quinta-feira passada no palácio do Elysée e já fizeram reservas para ir passar a lua de mel na Itália, perto de Verona, terra de Romeu e Julieta...




quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Aposta Decisiva



A mãe natureza nos presenteou com todos estas belas paisagens para o deleite de nossos olhos, para nos fornecer alimentos, mas a partir deles tiramos também as energias térmica para nos aquecer ou a eletricidade para nosso conforto. Mas qual escolher para permitir que ela seja preservada e com ela nós também? Se pegarmos cada um dos componentes deste quebra-cabeças, e examinarmos como no quadro abaixo as vantagens (em cor de rosa!) e desvantagens (em cinza) de cada tipo, o que vai dar?


Photobucket
Photobucket


Parece uma brincadeira de criança, né? Pois é o quebra-cabeças que todos os países do mundo estão enfrentando, compor sua matriz energética de modo a alcançar a quantidade de energia necessária para o crescimento do país e o conforto da população dentro de suas potencialidades e da disponibilidade no mercado mundial, com um olho no futuro, escolhendo a modalidade que trará menos impacto sobre o meio ambiente, para implementar uma situação sustentável.

A França optou pela energia nuclear como componente mais importante desta matriz, a Islândia pela geotermia, a China pelo carvão. O Brasil possui uma situação invejável, pois 45% de sua matriz energética é de fonte renovável.

Estas escolhas devem ser feitas sabendo que o futuro da planeta e das gerações futuras está em jogo. Você, em qual apostaria?

Leia mais :
Matriz Energética

Alto da Página

domingo, 6 de janeiro de 2008

O Manjar dos Reis


Adoração dos Reis Magos - Giotto

Encerrando os posts falando sobre as tradições natalinas, chegamos à festa da Epifania, ou Dia dos Reis. Descobri, preparando este post, que esta festa foi por muito tempo confundida com o nascimento de Cristo e até hoje em alguns países como a Espanha, é considerada como mais importante que o Natal, e são os Reis Magos e não Papai Noel quem traz os presentes. O nome Epifania, que em grego quer dizer aparição, corresponde à apresentação do menino Jesus aos Reis Magos, a João Batista para seu batismo e também mais tarde a seus apóstolos, com o milagre de Cana (multiplicação dos peixes). Apesar de que a Igreja comemore desde 1969 a Epifania no segundo domingo depois do Natal, dia 6 de janeiro ficou popularmente conhecido como a festa da Epifania, e mais ainda, como o Dia dos Reis Magos. Mas quem são estes famosos Reis Magos?

Até hoje, ninguém sabe ao certo, alguns dizem que eles vinham do Oriente, outros da África, que eles eram sábios e errantes. Representando os 3 continentes conhecidos na época do nascimento de Cristo (Ásia, Europa e África)eles ofereceram ao Rei dos Judeus nascido em Belém seus presentes. Melchior, o mais velho, ofereceu ouro, presente dos reis. Baltazar ofertou a mirra, símbolo da renascença e Gaspar, o mais novo, trouxe o incenso, que era o presente dos deuses e mestres.




Aqui na França a tradição diz que na festa da Epifania deve-se comer a "Galette dos Reis". Trata-se de uma torta de massa folhada (para o norte da França, no sul é um brioche em forma de coroa recheado com frutas cristalizadas) recheada com um creme de amêndoas. Delícia pura! O mais interessante é que no meio do recheio é colocada uma "fava". Aquele que encontrar a fava no seu pedaço será declarado o Rei e deverá escolher sua Rainha (ou vice-versa). Logo quando se compra a galette ela vem sempre acompanhada de uma coroa. O momento de cortar a galette é uma festa entre amigos, em família ou nas empresas. Imaginem o suspense para ver quem vai achar a fava na sua fatia...e para ver quem ele(a) vai escolher como rei ou rainha!

Para mim, o mais interessante é a fava em si (exemplo à esquerda*). Não se trata de um feijão, em geral elas são de plástico ou de porcelana representando coisas ou pessoas da tradição local. Aqui em Nancy saíram séries reproduzindo os vasos de cristal da época "art-nouveau", os objetos esmaltados de Longwy, e cada confeiteiro apresenta seus modelos. Algumas são raras e caríssimas, verdadeiros objetos de coleção, tudo muito bem feitinho e bem pequeno, para poder entrar no meio da torta. Uma gracinha, como já estou aqui há vários anos, já estou virando uma fabófila (colecionadora de favas), veja alguns exemplos de série de favas no diaporama abaixo.




Receita da "Galette dos Reis"
Vídeo da preparação da "Galette dos Reis"

*fava modelo "Ouro Negro" em porcelana de Limoges, de Bernardaud


quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

1808



RETRATO EQÜESTRE DE DOM JOÃO VI - Domingos Antonio de Sequeira
óleo sobre tela (cerca de 1821) - Museu Imperial

Quando estive no Brasil no ano passado, fiquei impressionada com a quantidade de livros que saiam relativos à chegada da família real ao Brasil. Demorou um pouco, mas caíu a ficha : agora em 2008 comemora-se o segundo centenário deste acontecimento, que tanto marcou nossa história.

E para me lançar no clima do acontecimento, ganhei de presente de uma amiga o livro "1808", de Laurentino Gomes, que descreve como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. Exagero, idéias estereotipadas? Aparentemente não, todas as fontes citadas parecem sérias (a maioria anglo-saxônicas) e a pesquisa realizada vasta e rigorosa.

Chegada da Família Real portuguesa ao Rio de Janeiro em 7 de Março de 1808
Geoffrey Hunt 1999, Óleo sobre tela, 609 x 914 milímetros - Colecção particular

A leitura é saborosa : nela, fiquei sabendo que na época da partida de Lisboa, d. João ainda não era rei, mas príncipe regente (a rainha era sua mãe, d. Maria, a Louca, aquela que mandou enforcar Tiradentes) e que ele jogou de modo sutil entre a França e a Inglaterra, as duas potências da época, de tal modo que até o último minuto mesmo a frota inglesa que deveria escoltá-lo até o Brasil não sabia se ele desejava mesmo fugir ou se aliar a Napoleão. Este, indagado sobre d. João nos seus últimos dias de vida, disse : "Foi o único que me enganou!"

O autor narra também as condições difíceis da travessia, onde os navios superlotados enfrentaram calmarias e tempestades e tiveram que se desviar do plano inicial da viagem. Explica que d. João e sua mulher Carlota Joaquina (ela teria conspirado contra o marido várias vezes) viviam separados, e que ele se "aliviava" com o camareiro real. Além disto, "não tomava banho, era feio e repulsivo". Narra também os gastos com as festas suntuosas, como a da sua coroação como d. João VI e a da chegada da princesa Leopoldina, esposa de d. Pedro I (coitada, não sabia o que a esperava).

Mas a vinda dele para o Brasil foi determinante para a independência brasileira e sua existência como nação, com a abertura dos portos brasileiros às nações amigas e a elevação da colônia a Reino Unido. Ele também deu liberdade à indústria manufatureira do Brasil, abriu estradas e criou escolas e faculdades, trazendo a "Missão Francesa" com a incumbência de incentivar as artes e ciências no país. Quando foi obrigado pela corte portuguesa a voltar à Lisboa, deixando aqui seu filho e herdeiro d. Pedro, tudo estava encaminhado para a independência do nosso país.


Cena Urbana

Esta obra de Henry Chamberlain, pintor amador inglês, nos mostra dois dispositivos de transporte utilizados no Rio de Janeiro na época de D. João VI. Em primeiro plano, vemos uma "canga", dispositivo composto por varas e cordas, sendo usado por escravos para transportar um grande barril. Ao fundo, vemos um "piolho", um pequeno carro empregado para o transporte de caixas, levando igualmente um barril.



Curiosidade

Há alguns anos encontrei numa "Feira de Cartões Postais" aqui em Nancy um cartão reproduzindo uma nota de 50 reais comemorativa do primeiro centenário da abertura dos portos brasileiros às nações amigas (abaixo). Ele mostra os governantes português e brasileiro da época, d. Carlos I e Afonso Penna. No verso do cartão observa-se que ele foi enviado de Pernambuco em outubro de 1908 à uma mademoiselle com sobrenome francês que vivia em Buenos Aires. Quem diria que um século depois ele estaria nas mãos de uma brasileira?