A lenda diz que "ela nasceu sob um lampadário, em uma rua de Paris". Podemos gostar ou não de seu estilo, apreciar ou não suas canções, mas uma coisa não podemos negar : Edith Piaf, com sua voz possante e clássicos como “Hymne à l’amour”, “La Vie en Rose”, “La Foule”, é um monumento da música francesa. Para conhecer um pouco mais sobre o personagem, fui ver o filme que foi lançado recentemente com grande suporte publicitário, "La Môme" (no Brasil "Um Hino ao Amor"). Não me arrependi, a vida desta artista foi uma verdadeira saga.
Seus pais eram artistas, a mãe cantora e o pai contorsionista. A mãe a abandonou ainda pequena, e, enquanto seu pai estava na guerra, ela foi criada pela avó, que era a "cafetina" de uma “maison close” (casa de prostitutas). Depois o pai veio buscá-la e ela o seguiu pelas estradas em suas andanças de saltimbanco. Crescendo, ela se tornou uma cantora de rua, até que foi descoberta e introduzida no mundo do “music hall”, ponto de partida de uma fulgurante carreira internacional.
Ela foi uma pessoa cheia de contradições. Generosa, pois lançou a carreira de grandes nomes como Yves Montand, Compagnons de la Chanson, etc... e também egoísta e despótica, pois não aceitava conselhos e não se importava com a conseqüência de seus atos sobre as pessoas que a rodeavam. Ela era baixinha e longe de um padrão de beleza...no entanto conseguiu seduzir alguns dos homens mais cobiçados da sua época, como Yves Montand, Georges Moustaki, sem falar de seu grande amor, o pugilista Marcel Cerdan (que morreu tragicamente em um desastre de avião) e de seu último marido, vinte anos mais jovem que ela. Forte, pois superou os problemas de sua infância e fez uma carreira maravilhosa... e ao mesmo tempo fraca, pois se deixou vencer pelo álcool e pelas drogas, que causaram sua morte quando ela tinha apenas 48 anos (no mesmo dia que seu amigo Jean Cocteau).
A artista que interpreta Piaf é Marion Cotillard, fisicamente completamente diferente do personagem, a semelhança foi criada por 5 h diárias na sala de maquilagem (em algumas cenas, dá para perceber que sobrancelhas foram coladas sobre as da atriz). Mas os que conheceram Piaf dizem que o gestual e a postura da atriz são tão perfeitos que se tem a impressão que ela é “possuída” pela cantora.
As canções do filme são na própria voz de Edith Piaf, aí embaixo coloco a letra da canção que traduzia seu estado de espírito no final de sua vida “Non, je ne regrette rien” (Não, não lamento nada).
Letra de Michel Vaucaire
Música de Charles Dumont
Non ! Rien de rien
Non ! Je ne regrette rien
Ni le bien qu'on m'a fait
Ni le mal tout ça m'est bien égal !
Non ! Rien de rien
Non ! Je ne regrette rien
C'est payé, balayé, oublié
Je me fous du passé !
Avec mes souvenirs
J'ai allumé le feu
Mes chagrins, mes plaisirs
Je n'ai plus besoin d'eux !
Balayées les amours
Et tous leurs trémolos
Balayés pour toujours
Je repars à zéro
Non ! Rien de rien
Non ! Je ne regrette rien
Ni le bien, qu'on m'a fait
Ni le mal, tout ça m'est bien égal !
Non ! Rien de rien
Non ! Je ne regrette rien
Car ma vie, car mes joies
Aujourd'hui, ça commence avec toi !
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17 comentários:
Que maravilha!
Com certeza este filme eu vou assistir na telona.
Tenho uma grande amiga no Brasil que ama Piaf, ela chegou a estudar canto para poder cantar suas cançoes.
No meu casamento tocou La vie en rose.
Bjs
Anotado na minha Agenda.
Seus post são sempre muito bem cuidados. Adoro ler as informações que você gentilmente nos fornece.
bjs.
JU gioli
Querida, muito bom o post.
Sei de alguém que vai gostar de lê-lo, vou lá indicar seu blog. É o Adelino.
Um beijo grande.
é verdade, a Aninha tem razão: lembrei-me do Adelino, hehe. Augusta, obrigada pela presença lá na casa nova! Sabe que sou apaixonada pela língua francesa? E Piaf teve uma trajetória intensa e tão breve. Mas, é isso mesmo, nada de lamentar.
Um ótimo dia pra ti.
beijo, menina
Querida...
A interpretação de Marion Cotillard como Piaf é das mais estupendas que tenho visto últimamente...uma injustiça se não ganhar também o Oscar... filme lindo mas,quase preciso de um lençol no lugar do lenço ...Que vida terrível teve esta, pequena enorme mulher,que mesmo assim encantou e encanta gerações..imperdível...ótimo post como sempre...
Bjs amiga...e sol.....
Não vi o filme, mas sou fã de carteirinha da grande e inesquecível Piaf.
Abçs
Meire, este filme vale a pena, a vida dela foi incrivel, e as as canções são antológicas. Beijo.
Ju, vai ver sim, tem algumas cenas de Paris antigo que tem um charme enorme. Um beijo.
Aninha, obrigada, espero que o Adelino também venha lê-lo e goste. Bjs.
Denise, as canções de Piaf fizeram muito pela divulgação da língua francesa no mundo. Tua casa nova está muito bonita e agradável. Beijos.
Vi, Marion Cotillard fez um trabalho magnífico neste filme. Os que conheceram Edith Piaf dizem que ela parecia possuída. O sol apareceu aqui, mas não esquenta, mas é bom que ilumina um pouco, os dias não tem muita luz no inverno.
Um beijo.
Eduardo, vale a pena ir ver, e conhecer também a história de cada uma das suas canções. Abração.
Querida, liberadíssimo, pode postar minha fava no Conversas, vou ficar lisongeada.
Beijinhos
Maria Augusta, belíssimo post. Essas que eu chamo de "mini-biografias" são ótimas. Dão um panorama geral da vida da personalidade em foco, e, a partir dái parte-se para uma pesquisa mais detalhada, não é? Linda a Piaf. Salvo engano, a nossa Bibi Ferreira fez a Edith no teatro no ano passado ou retrasado.
Um abraço, e parabéns do
Adelino
PS - Cá entre nós, Maria Augusta, a Aninha não viu o link do seu blog lá ao lado do + -... rs
Aninha, muito obrigada, postarei em breve, assim que o seu post sair do topo no seu blog.
Beijão.
Adelino, esta mini-biografia foi inspirada pelo filme. Não sabia que Bibi Ferreira havia feito Edith Piaf no teatro, obrigada pela informação. Um abração.
Bom dia amore!
Maria Augusta, a bem da verdade, a Bibi Ferreira não interpretou a vida de Edith Piaf no teatro, mas pelo jeito, apenas as suas canções. E segundo a crítica, como diz o Juca de Oliveira, "chocantemente" bem...
Um abraço para você, e feliz sexta-feira.
Adelino
PS - Maria Augusta, acho que vai gostar do que está no link a seguir:
http://www.bibi-piaf.com/
Abs
muita gente disse que o filme era triste, e eu fiquei com medo de assistir. mas agora acho que vou criar coragem.
Piaf” - passarinho. E quando perguntaram a ela, qual o conselho que daria as pessoas para viverem melhor, ela disse: “ame, ame, ame.”
Não sei a referência que o filme faz aos amores de Piaf, mas soube que o *BANDIDÃO* do Yves Montand a deixou, depois que ela fez tudo por ele e ele era um tosco.
Eu não a escutava, comecei a prestar atenção depois de assistir no Rio, uma peça com a Bibi Ferreira sobre a vida dela.
Esse moço mais novo que ela se apaixonou chamava-se Theo Sarapo, foi fiel e esteve com ela até o fim. E ela canta com ele, uma música, ao mesmo triste mas cheia de esperaça: À quoi ça sert l’amour.
E, Sous le ciel de Pars um hino de todos estudantes franceses, lindo, lindo!!
Me empolguei, não é? Porque Piaf - um hino ao amor - desde já meu candidato a oscar de melhor filme estrangeiro e, de melhor atriz para Marion Cotiliard.
Bom fim de semana! Beijus
Meire, bom dia, amiga.
Adelino, visitei o site que você recomendou e ele é realmente ótimo, com todos os detalhes da vida e da carreira destas 2 grandes artistas Edith Piaf e Bibi Ferreira. Valeu a dica, obrigada. Um abraço.
Teresa, a vida dela foi dura e marcada por tragédias, mas ela não era uma pessoa triste. Beijão.
Luma, na empolgação você completou o post com detalhes preciosos da vida dela. Tomara mesmo que o filme e a atriz façam bonito no Oscar. Grande beijo.
Já tomei nota pra assistir e tenho certeza q gostarei muito desse filme.
O mais bacana é q seu post ficou ótimo e os comentários o complementaram, bom demais vir aqui, fiquei com saudade nesse tempo sem net. :D
Bjks
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