segunda-feira, 2 de março de 2009

Estrelas Cadentes?


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Os objetos mostrados na imagem são uma visão artística baseada na densidade real dos detritos. No entanto, o tamanho deles em relação à Terra foi exagerado para torná-los visíveis na escala mostrada...

A humanidade está atenta aos problemas da poluição e buscando meios para combatê-la nas águas, nos solos, no ar...mas os noticiários recentes nos falando da colisão de 2 satélites no espaço chamam a atenção para um problema suplementar : o que fazer do lixo espacial que ameaça de cair sobre nossas cabeças? Será que o espaço também deve ser considerado e tratado como "meio ambiente"?

Pois o homem começou a enviar foguetes ao espaço há apenas 50 anos e milhões de detritos já se encontram na órbita terrestre. Eles são de várias origens tais como os satélites (comunicação, estudos científicos, defesa), as partes das navetes e foguetes que são liberadas no espaço, as explosões ou colisões entre os próprios satélites ou destes com meteoritos. Calcula-se que existem mais de 30000000 de detritos indo de 1mm a mais de 10 cm navegando a diferentes distâncias da Terra.

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Cerca de 200 explosões e 5 colisões no espaço já ocorreram...elas são causadas principalmente pelas fontes de energia a bordo, ou devido a um aumento de pressão nos tanques propulsores, explosão de baterias ou à ignição dos combustíveis.Cada explosão gera milhares de pequenos detritos...

E quais são os riscos para a nossa segurança por ter esta lata de lixo sobre nossas cabeças? Primeiro, eles podem colidir com os satélites e causar avarias nas nossas comunicações, por exemplo. O observatório solar Hubble já foi tocado por estes detritos, o satélite francês Cerise colidiu com um estágio do foguete Ariane. O outro risco é que eles caiam sobre a Terra. Certamente que a reentrada na atmosfera destroi os menores, mas um detrito maior pode atravessar a atmosfera e causar danos consideráveis se cair numa região habitada. Logo, quando vemos uma chuva de estrelas cadentes, talvez não sejam meteoritos, mas sim o lixo espacial voltando ao remetente...

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Os radares, telescópios e satélites seguem e repertoriam os detritos

Para vigiar estes detritos e conhecer exatamente sua posição os cientistas americanos, russos e europeus dispõem de telescópios e radares na terra, e detetores nos satélites em órbita, para seguir os de diâmetro inferior a 1 cm. Mas vigiar não é tudo, é necessário também impedir as colisões e os eventuais riscos de queda sobre a Terra.

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Para evitar o risco de colisões os satélites GEO devem se deslocar para uma região que forma um anel geoestacionário a cerca de 300 km da Terra

Com este objetivo, para os satélites já fora de uso e que estão em órbitas baixas, um meio para retirá-los é a "desorbitação", provocar a reentrada na atmosfera de modo a que eles sejam destruidos no contato com esta. Para os geoestacionários, existe a possibilidade de colocá-los na órbita cemitério que se encontra a 300 Km da Terra. Mas o que acontecerá quando ela estiver saturada?

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Uma das medidas para minimizar o numero de detritos no espaço é diminuir o numero de componentes "largados" no espaço pelos engenhos espaciais...os projetistas devem levar em conta que os componentes liberados devem continuar ligados ao engenho para não se tornar novos detritos

O ideal seria a eliminação dos detritos, principalmente os grandes. Algumas idéias para isto são :

- Uma nave "lata de lixo" com um braço mecânico, que recolheria os detritos e depois seria destruida ao reentrar na atmosfera. Mas a operação de colheita seria muito complicada e além disto custaria caro, pelo número de naves que seria necessário. Outras idéias são uma rede coletora lançado por um satélite, um laser exterminador e um cabo coletor. Este último é o mais promissor, um cabo transportado por um satélite que colheria os detritos e os lançaria contra a atmosfera onde ele seria desintegrado.

Enquanto isto não se resolve, a solução é diminuir o número de envios de engenhos para o espaço, o que tem sido recomendado a todos os paises. Mas será que alguém vai obedecer?

Este post faz parte da blogagem coletiva "Ecological Day" promovida pela Sonia do "Leituras" e pela Elma do "Caliandra do Cerrado" que ocorre no segundo dia de cada mês. Participe!

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As imagens aqui apresentadas são da ESA (agência espacial européia).


19 comentários:

Anônimo disse...

Claro que pode ser tratado como meio ambiente! É o primeiro a ser considerado!
Parabéns pela oportuna postagem.

jugioli disse...

Maria Augusta, que post incrível, fazendo-nos pensar nesse espaço sideral.

Bjs.

JU

Anônimo disse...

Maria Augusta. Excelente post sobre uma matéria bem desconhecida por mim...O espaço e seus mistérios. E agora, com seus detritos.
Acho que resta-nos torcer para o "laser exterminador" se tornar uma realidade e uma solução.
Mas, olhar as "estrelas cadentes" ficou sem a poesia de antes, não?
Assim como a lua ficou, depois de ser "pisada" pelo homem...rs
Como sempre, seu blog é uma forma agradável, didática e leve de se aprender sobre as mais variadas novidades. E sobre os gestos que a humanidade vai realizando em sua caminhada.
Deixo-lhe meu abraço de admiração.
E de carinho especial.
Dora

sonia a. mascaro disse...

Maria Augusta, você fez um post brilhante em todos os sentidos! Muito original e importante a sua mensagem! Vamos levantar os olhos da terra e olhar para o espaço e nos preocupar também com o lixo espacial. Fiquei impressionada com a quantidade de detritos... O que será que o cidadão pode fazer? Um passo foi esse que você deu, informar. Depois acredito que cobrar dos responsáveis uma política espacial que seja eficiente nesse sentido.
Parabéns e obrigada por sua sempre ótima participação.
Bjs.

Anônimo disse...

Nao gosto de pensar muito em todo este lixo espacial...mas as viezes penso... e fico com medo.
Bjs

Francisco Coelho disse...

Maria Augusta

Bem lembrado esse tema porque esta longe dos olhos, mas como o homem trata o planeta em que habita a terra provavelmente o espaço caminha para o mesmo fim.

Abç

Cristiane Marino disse...

Olá Maria Augusta!

Obrigada pelo comentário, na hora de postar fiquei pensando que este tema seria batido para colocar ali, mas ainda que seja batido é sempre bom repetir.

Parabéns pelo post! já havia lido alguma coisa a respeito, mas não tão completo, chega a ser assustador esse lixo espacial. Não acreditei quando li que isso tem só 50 anos.

Bjosss

cirandeira disse...

Olá Maria Augusta, considero importantíssima a abordagem que você fez nesta postagem.Creio que pouquíssimas pessoas têm conhecimento sobre este assunto. São tantas agressões em nome do "progresso"!
Obrigada pela visita e pelos comentários que fez no "cirandeira".Volte mais vezes, será um prazer recebê-la. Ah, seu trabalho é muito bonito. Um abraço

Anônimo disse...

Maria Augusta, sem dúvida voltarei aqui com mais calma para ler este post interessantíssimo. Tudinho.
Já tinha pensado nisso, o lixo que se encontra no espaço. Aonde vamos parar? Sei não.
Abraços.

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Pois é, na senama passada onde só se falou sobre isso por aqui, fiquei pensando no lixo espacial e que seria melhor ter uma lata de lixo com algum metal especial tipo ima que pudesse atrair essa chuva de lixo e depois de colhida nesta lata entao qdo entrasse na órbita da terra poderia incendiar. Nao sei uma expert no assunto, mas pensei muito na semana passada sobre isso e agora vc com este post maravilhoso por aqui.

Parabéns! Adoro este jardim.

Boa noite e um grande beijo

João Menéres disse...

MARIA AUGUSTA

Acima tens os elogios que mereces.
Só agora li.
Interessantíssimo e muito bem estruturado e ilustrado.
Todo o mundo percebe o que escreveste.
Maravilha.

Problema é mesmo a solução.

Beijo.

Elma Carneiro disse...

Como sempre as suas postagens me deixa em reflexão.
Uma pauta importantíssima e não entendo esses cientistas que conhecem tanto das complexidades do espaço e de nosso planeta, que falam tanto do buraco negro, e das consegüencias do aquecimento global, etc e etc... e não se preocupam em deixar essa herança para o futuro de nossas gerações.
Como será ao futuro do nosso espaço e o dos que viverão debaixo de tantos detritos de aço?
Maria Augusta, obrigada.
Suas postagens para o Ecological Day sempre nos deixam a fazer muitas indagações.
Sonia e eu agradecemos.
Beijos.

Anônimo disse...

O curioso é que esse assunto é sempre abordado em filmes de ficção cientifica, mas pouco abordado pelos ciêntistas que ficam inventando meios de ir a lua, a marte, descobrir o que há por lá e se esquecem do que podem vir para cima de nossas cabeças graças as inúmeras invenções deles.
Mas acho que isso só terá uma solução real quando o lixo no espaço começar a cair no quintal de muita gente... Até lá, viva o lixo espacial, afinal, se a gent não recicla o que está aqui em terra, o que dirá no espaço.
Excelente post caríssima...
Abraços meus e espero que a sua tarde/noite esteja menos quente que a minha... Aff

Maria Augusta disse...

Eduardo, eu também acho, pois devemos ser responsáveis por todo o lixo que produzimos, mesmo no espaço.
Um abração.

Ju, mesmo levantando os olhos para o céu agora podemos ver não as estrelas cadentes, mas o lixo cadente, é triste, né?
Beijos.

Dora, realmente a poesia que encontrávamos olhando o céu noturno esta comprometida...mas felizmente ainda conseguimos ver as estrelas...
Um grande beijo.

Sonia, é uma boa pergunta "o que o cidadão pode fazer". E verdade que temos dificuldades para criar uma mentalidade de respeito à natureza mesmo aqui na Terra...mas parece que as soluções começam a ser encontradas e principalmente a prevenção, pois os novos engenhos que são lançados são projetados para largar menos componentes no espaço.
Um beijão.

Meire, dá medo mesmo que ele caia sobre nossas cabeças, embora a maior parte se desintegre ao entrar na atmosfera.
Beijos.

Chicoelho, você tem razão o homem está cometendo os mesmos erros no espaço em relação ao que comete na Terra.
Um abraço.

Cristiane, estes comportamentos de prevenção que você citou no seu post nunca é demais relembrá-los.
Um beijo.

Cirandeira, para mim também é um prazer recebê-la aqui, é verdade que poucos conhecem este problema.
Um abraço.

Adelino, obrigada pela visita, adorei teu desenho sobre a ecologia, você é um artista e eu não sabia.
Abraço.

Georgia, foi vendo no noticiário a colisão entre o satélite russo fora de uso com o americano de comunicações que pensei em fazer este post. Tua idéia dum dispositivo que colheria o lixo para depois destruí-lo é a base do que está sendo projetado para resolver o problema, tomara que dê certo, né?
Beijos.

João, obrigada pela gentileza do comentário. Por enquanto a solução não foi encontrada, mas estão tomando medidas de prevenção do problema, já é um começo...
Abraços.

Elma, acho que o futuro vai depender muito das medidas que estão sendo adotadas agora, pois o problema é relativamente recente, há apenas 50 anos se começou a enviar engenhos ao espaço. Para que as próximas gerações não tenham esta lata de lixo sobre a cabeça, seria necessário desintegrar o que já esta fora de uso e moderar os envios de satélites e afins...mas como controlar isto, este é o problema.
Parabéns a você e à Sonia pela organização do Ecological Day.
Beijos.

Lunna, como você disse, a gente nem recicla o que está na Terra, o que dirá no espaço...mas vamos ter que fazê-lo, é uma questão de sobrevivência.
Estive aí em São Paulo para as Festas e em janeiro e estava até um pouco frio...parece que o calor ficou para o mês de março. Aqui ainda está frio, embora já se comece a sentir os ares da primavera, com os dias ficando mais longos.
Um beijão.

Ví Leardi disse...

Minha querida como sempre chegar aqui é "sempre" uma lindasurpresa....prazer para os olhos e mente.
Muito interessante tudo isto...Mil beijos e parabéns!

conduarte disse...

MUITO LEGAL SUA ARBODAGEM, VC TRANSCENDEU TUDO DE UMA BELA VEZ! e ESTÁ CORRETÍSSIMA NO SEU RACIOCÍNIO INTELIGENTE. pOIS EM TUDO TEMOS O CASTIGO, OU O REFLEXO DO ESPELHO. E TUDO É CONSIDERADO PARA UM MUNDO MELHOR. O LIXO NÃO ESTÁ SOMENTE NA TERRA E SIM NO UNIVERSO POR MEIO DISTO TUDO QUE VC DISSE.

MTO LEGAL!
E OBRIGADA POR TUDO QUE VC ME DIZ QUANDO VISITA, BJUSSSSSSSSSSSSSSSSSS BJUSSSSSSSSSSSSS CON

Anônimo disse...

O pior é que muita gente ainda nega que já fomos longe demais...

Jorge Pinheiro disse...

Interessantíssima postagem. Talvez por estarem lá muito alto, não nos preocupamos...

Maria Augusta disse...

Vi, você sempre gentil, obrigada pelo comentário. Um grande beijo.

Conceição, você disse bem isto é o reflexo do que temos aqui na Terra. Gostei muito de descobrir teu blog.
Beijos.

Diego, fomos longe demais e é urgente fazer "o caminho de volta"...
Obrigada pela visita e um abraço.

Jorge, olhamos em torno de nós e vemos os problemas...e quando levantamos os olhos para o céu ele também esta lá...
Abraços.