sábado, 31 de março de 2007

Desenvolvimento Sustentável



Aqui na França, do dia 1 ao dia 7 de abril é comemorada a "Semana do Desenvolvimento Sustentável". Este termo está na moda atualmente. Mas o que é?

O desenvolvimento sustentável é baseado em 3 princípios : a proteção do meio ambiente, o desenvolvimento econômico e o progresso social. Quer dizer que antes de cada ação realizada, seja ao nível do governo, das empresas ou pessoal deve-se refletir sobre seu impacto sobre cada um destes três ítens.

No Brasil já vi algumas iniciativas neste sentido. Uma delas é o Projeto Tamar, que sob o guarda-chuva “Preservação das Tartarugas Marinhas” executa uma ampla ação favorecendo não só a proteção do meio ambiente das regiões onde atua, como também o desenvolvimento econômico e social, empregando habitantes para trabalhar em associação com suas equipes de pesquisadores, promovendo a criação de escolas e incentivando as atividades ecoturísticas e de artesanato.

Uma outra iniciativa que conheço no Brasil é a de uma importante empresa de produtos de beleza, que lançou uma linha de produtos baseados nas plantas da Amazônia. Estas são obtidas junto a associações de moradores locais dedicados à preservação da biodiversidade da região. Esta empresa também treinou suas representantes comerciais em todo o Brasil no sentido de interagir com as pessoas carentes com as quais elas entram em contato, aconselhando sobre a importância do aleitamento materno e de enviar as crianças às escolas.


Quanto à ação do governo brasileiro, sei que existe o Ministério do Meio Ambiente, mas ainda ignoro quais são as ações concretas que ele já realizou visando o desenvolvimento sustentável. Aqui na França o maior esforço neste sentido é dedicado à divulgação junto às escolas.


Individualmente também podemos colaborar em vários gestos da vida cotidiana, como por exemplo : economizar energia utilizando lâmpadas de baixo consumo, diminuindo a temperatura do chuveiro; economizar água no banho, na lavagem da roupa e da louça; reciclar o lixo e utilizar sacolas para transportar as compras; oferecer os livros e as roupas que não usamos mais às pessoas necessitadas.

Todos estes novos hábitos e reflexos não são fáceis de adquirir, não é mesmo? Fomos educados no sentido de consumir mais e mais, aprendemos que comprando criamos riqueza, o pleno emprego, o progresso. Na verdade, até agora agimos como se os recursos do planeta fossem inesgotáveis. Mas descobrimos que eles não são...e é preciso inverter a mentalidade e prestar atenção às conseqüências de nossos atos. Acredito que esta mudança vai demorar para um pouco para acontecer, mas ela é necessária, pois é a única chance para que as próximas gerações tenham condições de viver neste planeta.




Leia mais sobre este assunto :


 

Como conhecer melhor teus visitantes

Série : Dicas para incrementar teu blog

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segunda-feira, 26 de março de 2007

Edith Piaf



A lenda diz que "ela nasceu sob um lampadário, em uma rua de Paris". Podemos gostar ou não de seu estilo, apreciar ou não suas canções, mas uma coisa não podemos negar : Edith Piaf, com sua voz possante e clássicos como “Hymne à l’amour”, “La Vie en Rose”, “La Foule”, é um monumento da música francesa. Para conhecer um pouco mais sobre o personagem, fui ver o filme que foi lançado recentemente com grande suporte publicitário, "La Môme" (A Garota). Não me arrependi, a vida desta artista foi uma verdadeira saga.

Seus pais eram artistas, a mãe cantora e o pai contorsionista. A mãe a abandonou ainda pequena, e, enquanto seu pai estava na guerra, ela foi criada pela avó, que era a "cafetina" de uma “maison close” (casa de prostitutas). Depois o pai veio buscá-la e ela o seguiu pelas estradas em suas andanças de saltimbanco. Crescendo, ela se tornou uma cantora de rua, até que foi descoberta e introduzida no mundo do “music hall”, ponto de partida de uma fulgurante carreira internacional.

Ela foi uma pessoa cheia de contradições. Generosa, pois lançou a carreira de grandes nomes como Yves Montand, Compagnons de la Chanson, etc... e também egoísta e despótica, pois não aceitava conselhos e não se importava com a conseqüência de seus atos sobre as pessoas que a rodeavam. Ela era baixinha e longe de um padrão de beleza...no entanto conseguiu seduzir alguns dos homens mais cobiçados da sua época, como Yves Montand, Georges Moustaki, sem falar de seu grande amor, o pugilista Marcel Cerdan (que morreu tragicamente em um desastre de avião) e de seu último marido, vinte anos mais jovem que ela. Forte, pois superou os problemas de sua infância e fez uma carreira maravilhosa... e ao mesmo tempo fraca, pois se deixou vencer pelo álcool e pelas drogas, que causaram sua morte quando ela tinha apenas 48 anos (no mesmo dia que seu amigo Jean Cocteau).

A artista que interpreta Piaf é Marion Cotillard, fisicamente completamente diferente do personagem, a semelhança foi criada por 5 h diárias na sala de maquilagem (em algumas cenas, dá para perceber que sobrancelhas foram coladas sobre as da atriz). Mas os que conheceram Piaf dizem que o gestual e a postura da atriz são tão perfeitos que se tem a impressão que ela é “possuída” pela cantora.

As canções do filme são na própria voz de Edith Piaf, aí embaixo coloco a letra da canção que traduzia seu estado de espírito no final de sua vida “Non, je ne regrette rien” (Não, não lamento nada).

Non, je ne regrette rien (vídeo aqui)
Letra de Michel Vaucaire
Música de Charles Dumont

Non ! Rien de rien
Non ! Je ne regrette rien
Ni le bien qu'on m'a fait
Ni le mal tout ça m'est bien égal !

Non ! Rien de rien
Non ! Je ne regrette rien
C'est payé, balayé, oublié
Je me fous du passé !

Avec mes souvenirs
J'ai allumé le feu
Mes chagrins, mes plaisirs
Je n'ai plus besoin d'eux !

Balayées les amours
Et tous leurs trémolos
Balayés pour toujours
Je repars à zéro

Non ! Rien de rien
Non ! Je ne regrette rien
Ni le bien, qu'on m'a fait
Ni le mal, tout ça m'est bien égal !

Non ! Rien de rien
Non ! Je ne regrette rien
Car ma vie, car mes joies
Aujourd'hui, ça commence avec toi !


Clique aqui para ver trechos do filme « La Môme”
Clique aqui para ver outros vídeos de Edith Piaf



 

quinta-feira, 22 de março de 2007

Dia Mundial da Água 2007



Hoje, como todo dia 22 de março, é o "Dia Mundial da Água", patrocinado pela UNESCO. Muito teria a dizer sobre este bem tão precioso e tão ameaçado, mas por enquanto, comemoro a data com alguns trechos do poema:

BRINCANDO NAS ÁGUAS DA POESIA
(Por Domingos Oliveira Medeiros) - Usina das Letras

No começo, a água nascente. Água do útero. Água do bebê. Água ainda em pingo. Pouco mais de alguns respingos. Água da fonte primeira. Água da vida. Fez-se luz, um filete de água, aponta das entranhas da mãe Terra. A água nasceu. A água se move. A água que anda. A água que escorre. A água que cresce. Pro mundo cá fora. Água jovem. Água sem medo. Água destemida. Água ousada. Água atrevida. Água cheia de vida. Água que supera barreiras. Pulando pedras e arrastando barrancos. Água que explora todos os recantos. Água que anda pelos rios e seus afluentes. Água jovem. Que encontra o mar. Água do mar. Água adulta. Água experiente. Água que reúne todas as águas. No mesmo lugar. Para falar das coisas da vida. Para falar das águas da poesia.

Água potável, de se beber. De matar a sede de prazer. Água natural, de bica e mineral. Água doce, água salgada. Água com gosto de nada. Água quente, água gelada. Água fervida, vaporizada. Água em pedra, água congelada. Água que se reclama: ou muito quente ou esfriada. Água de família. Água comportada. Água em cima da mesa. Água resfriada. Água de casa e água de rua. Água limpa e água suja. Água de esgoto. Água infectada. Água que se bebia e que lavou a calçada. Água sem valia. Água desperdiçada. Água mal utilizada.

Águas passadas, não movem moinhos. Águas de tantos amores e tanta emoção. Águas de março, de fim de verão. Águas imortalizadas, por Jobim, na canção. Água de coco, água de férias, águas que apagam segredos. Escritos na areia. E logo arrastados.

Para ler o poema completo clique aqui.

Para conhecer um movimento brasileiro que se preocupa com o meio ambiente clique aqui :

Faça a sua parte

 

quarta-feira, 21 de março de 2007

É Primavera!



São as águas de março fechando o verão”...se Tom Jobim estivesse no hemisfério norte a canção diria “fechando o inverno”... e este ano não foram as águas, mas a neve. Pois é, a neve, que se fez de rogada durante todo o inverno, resolveu chegar junto com a primavera.

A primavera aqui é um acontecimento, um verdadeiro renascimento, as pessoas suspiram de alívio e dizem : "Enfim, rumo aos dias bonitos". E existe realmente, uma grande diferença, em relação aos dias tristes, curtos e cinzentos dos invernos normais. Para começar, na primavera os dias são mais longos. No mês de junho, por exemplo, dez e meia "da noite" ainda é dia aqui na latitude de Nancy. A paisagem também muda radicalmente, a natureza acorda e a vida desabrocha de todos os lados. As árvores, nuas e secas no inverno, se cobrem de folhas e as flores aparecem. Primeiro os crocus, os narcisos e as tulipas, depois os muguets (espécie de campânula), em seguida os cravos, rosas, margaridas, numa explosão de cores e de perfumes. Todo mundo corre para cuidar do jardim ou do terraço, enfeitar suas janelas com os gerânios. Na rua, as janelas se abrem, os sorrisos também. O povo, sisudo e resmungão no inverno, parece mais descontraído. E "sai da toca"...os restaurantes e cafés colocam mesinhas na calçada, todos preferem fazer as refeições ao ar livre (isto também é diferente, pois aí quando o tempo esquenta entramos para nos proteger do calor, procurando uma sombra ou um ar condicionado, e aqui eles saem, querem é aproveitar, pois os dias ensolarados são raros).

Para mim, a primavera marca o começo da época das grandes caminhadas. Como sou uma citadina convicta, gosto mesmo é de andar no asfalto, nada de terra e lama nos sapatos. Aqui nas redondezas temos muitos bairros pitorescos, e como Nancy geograficamente é como uma bacia, isto é, uma cidade plana cercada de morros, temos ladeiras de todos os lados. Adoro subi-las até os mirantes e observar a cidade lá de cima...e com a vantagem de perder uns quilinhos na “escalada”, pois a vontade de manter a linha é uma preocupação universal (sem exageros, bien sûr).



 

terça-feira, 20 de março de 2007

O Jardim Efêmero



É o nome do evento que acontece todo final de verão na Praça Stanislas, a principal praça de Nancy, a cidade onde moro no França. Mas será também o nome deste blog. Por quê? Porque o jardim é alguma coisa de belo, que a gente planta, trata com cuidado e amor, cultiva, que nos oferece as flores e a beleza, que apreciamos. E efêmero, porque não é permanente, não dura eternamente, principalmente aqui na Europa durante um longo período ele hiberna, esperando a volta do sol e dos dias bonitos. Pois é, neste blog, vamos falar (ou pelo menos tentar) dos “jardins”, quer dizer, das coisas boas da vida. Se elas são efêmeras ou não, qual é a importância?